quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Capitulo 22 - "Estás a atirar-te a mim?"



- Vamos jantar.

- Sim, muda de assunto.

Ela não e respondeu… Sentamo-nos á mesa e jantamos… No final arrumamos tudo rapidamente… Tomei um banho e vesti uma roupa simples, voltei á sala e a Joana estava a ver televisão…

- Bem, eu vou sair. Vou tomar um café com o Ruben.

- Ui, sozinhos?

- Não comeces.

- Tu e o Ruben sozinhos… - continuou a gozar

- Também podes vir se quiseres.

- Não… Vamos ver quem arranja namorado mais depressa. – riu

O meu telemóvel vibrou…

‘De: Ruben

Estou cá em baixo.

Beijo.’

- Eu nem te vou responder. Xau.

- Xau.

Desci, e ele estava no carro em frente ao prédio. Entrei…

- Olá. – cumprimentei-o com dois beijos

- Olá.

E arrancou…

Narração do Ruben:

Depois de sairmos da casa delas, o David dirigiu até casa da minha mãe e contou-me o que se tinha acontecido entre ele e a Joana… Ele gosta mesmo dela, percebi isso, mas a Joana, não é que não ache que ela está nba dele, porque acho, mas o problema dela e a maneira dela pensar sobre isso, são um impedimento para que aconteça algo… Só espero que ela mude de atitude, pelo seu bem, pela sua felicidade…

Chegamos a casa da minha mãe e ainda tive de atura-la, dizendo que nunca estávamos com ela, a verdade é que desde que conhecemos a Leonor e a Joana, passamos muito mais tempo com elas do que com outras pessoas… Mas são momentos sempre muito divertidos, sempre um tempo muito bem passado. Lá tentei explicar á minha mãe que teria de se habituar, mas, foi complicado, de casa dela fomos para o treino e depois do treino fui directo para casa… Estava a ver tv quando recebi uma mensagem da Leonor, a dizer que precisava de falar comigo, se dava para sair-mos depois de jantar, não lhe neguei a saída… Fui jantar, tomei um banho e dirigi até casa dela… Mas do pouco que já a conheço até fazia uma ideia do que ela me queria falar, tal como o David me contou a mim, a Joana deve ter-lhe contado a ela, penso eu… Cheguei a casa dela, mandei-lhe uma mensagem a avisar que já tinha chegado e ela desceu… Cumprimentou-me e agradeceu por ter vindo, decidi implicar com ela, e ela entrou na onda…

- Obrigado por teres vindo.

- Acho que estás muito desesperada para falar com alguém e como não te restava mais ninguém, tiveste de me chamar a mim. Foi isso?

- Foi. Acredita que se tivesse mais alguém para conversar, nunca te teria chamado a ti.

 - Encheram-se todos de te aturar… Como eu os compreendo… - fiz uma cara de tédio

- Não sei porque vieste. Ninguém te obrigou.

- Tenho pena…

- Não preciso que tenham pena de mim.

- Mas eu sou assim. Não iria conseguir dormir de noite, sabendo que precisas-te de falar e eu ignorei.

- Para a próxima não te digo nada.

- Tudo bem.

Já tínhamos chegado… Saí do carro e ele fez o mesmo…

- A propósito, tas muito gira.

- Agora estas a atirar-te a mim?

- Pode ser que resulte.

- Depois de me teres tratado mal. Não…

Entramos num bar calmo e sentamo-nos… Pedimos dois cafés…

- Então, que se passa?

- Oh, nada. Só queria mesmo chatear-te.

- Eu sabia... Sabes que já me chateias todos os dias. Não precisavas de chamar-me.

- Eu sei, eu sei…

- Passa-se alguma coisa com a Joana?

- Tens alguma queda pela Joana?

- Olha outra… Não… Somos só amigos! Mas porque é que perguntas isso?

- Porque perguntas-te logo se se passava alguma coisa com a Joana. Nem perguntas-te se se passava algo comigo.

- Tu estas óptima... Já deu para perceber.

- As aparências iludem… - disse ela seriamente

Fiquei assustado, pensei, que ela estava bem, parecia…

- Que se passa? Eu pensei que… - disse preocupado

Ela desmancha-se a rir…

- Não acredito… A gozar com a minha cara?

- Não… - ela voltou a adoptar uma postura mais séria - Mas é relacionado com a Joana que quero falar contigo.

- Mas está tudo bem com ela.

- Sim. Mas… Eu não sei se devia dizer-te, mas também és o melhor amigo do David por isso…

- O beijo? Sim, já sei.

- Ainda bem… Eu não sei em relação ao David, mas a minha irmã não é uma pessoa propriamente fácil em relação a isto, por isso…

- Deixa-me ver se adivinho… Por isso, decidis-te dar-lhes uma ajudinha…

- Também lês pensamentos?

- Faço um pouco de tudo… Sabes que ser jogador de futebol não dá nem para pagar os gastos com a casa. – sorri

Ela riu…

- Eu compreendo que não queiras interferir, afinal não temos nada a ver com isso.

- Conta comigo!

- A sério?

- Eu até disse ao David que eu e tu podíamos ajuda-lo a preparar uma surpresa para ela, mas ele não gostou muito da ideia. Também não sei se vão achar muita piada…

- Pois, eu também não. Mas não custa tentar. E faço qualquer coisa para ver a minha maninha feliz.

- Mas já pensas-te em algo certo?

- Uma noite romântica… - disse em tom provocador

- Uma noite romântica? Bem, podemos passar nós, uma noite romântica, pode ser que tenhas mais ideias…

- Bem, estas outra vez a atirar-te a mim?

- Não sei.

- A ideia é eu ir pa cama contigo?

- Talvez.

- Estou escandalizada. – disse ela com tom de arrogante

Desmanchamo-nos a rir…

- Vá lá, eu sei que de certeza tens uma ideia genial.

- Por acaso, não… - fiz uma pausa - É verdade, Domingo, almoço em casa dos meus pais.

- O quê?

- Almoço em casa dos meus pais.

- Porquê?

- Bem, digamos que a minha mãe já ouviu falar tanto de vocês que vos quer conhecer.

- Não sei se isso é bom, mas até nos pode ajudar.

- Ui… Não sei se vou gostar do que aí vem.

- Nada. Se vamos almoçar todos juntos, eles vão ter de estar próximos e tal. Depois podemos sempre dar uma ajudinha para que fiquem sozinhos… Tás a entrar na onda?

- Estou, estou a ver que a menina é muito marota.

- Nem tu sabes o quanto… - disse-o em tom provocador

- Não posso descobrir?

- Não!!

Rimos…

Ainda ficamos á conversa, a divertir-nos… Algum tempo depois, paguei e dirigi até ao apartamento dela… Despedimo-nos, ela subiu… Dirigi até casa e deitei-me… Só espero é que a Joana e o David não levem a mal a nossa ajudinha, também depois de se entenderem de vez, até nos vão agradecer… Acabei por adormecer…

   Esperemos que gostem....
                     Manas BC*

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Capitulo 21 - A conversa



No final do almoço, levantei a mesa, enquanto ela lavava a loiça… Fiquei a admira-la... A ama-la para mim… O ambiente continuava pesado, tentei alivia-lo um pouco e também não pensar muito no que se passou, como se fosse possível…
- Vocês têm a certeza que não querem ir ver o jogo nos camarotes? – perguntei
- Sim, David. Nós não nos íamos sentir nada bem. Mas obrigada por perguntarem. – respondeu-me olhando-me
Limitei-me a secar a loiça…           
- Quando a universidade começar já não vamos poder andar a fazer tanta jantarada… - comentei
- Pois, realmente. Mas deve sempre haver tempo para um serão com os nossos amigos jogadores de futebol.
- A gente, pode sempre visitar vocês na universidade…
- Surpresas não. – disse logo ela – Publicidade é que não, mesmo.
- Eih, vergonha dos seus amigos?
- Não, nenhuma, muito pelo contrário. Mas digamos que ser conhecida ou amiga de um jogador de futebol tem os seus senãos.
- Mas vocês também são atletas do Benfica.
- Mas achas que alguém liga ao volei? O futebol é muito mais mediático.
- Ok, já percebi. Teremos de nos limitar a marcar coisas pelo telemóvel.
- E não tens o nosso número?
- Tenho, claro. Mas é diferente.
- Teremos de viver assim.
Aquela resposta na minha cabeça teve 2 significados, ela estava a responder de forma a que desse também para a situação do beijo.
- Teremos de lutar contra todos os impedimentos. – disse referindo-me essencialmente ao beijo
Ela não me respondeu e depois de a cozinha estar arrumada, eu e o Ruben saímos pois a mãe dele queria falar com a gente.
Eu e o manz seguimos no meu carro e conduzi até casa da mãe dele.
Pelo caminho ainda tive de responder a algumas perguntas dele em relação á Joana. Não aguentei e contei-lhe do beijo.
- Não posso. Não acredito. Tu nem a conquistas, atacas logo. Por isso aquele silêncio todo durante o almoço. Já percebi tudo… - disse num jeito esclarecido
- Desculpe. Mas eu também não a queria ter beijado.
- Não querias?
- Que dizê, queria, mas… Também não quero afastá-la… Mas, aconteceu.
- Aconteceu e pela tua maneira de falar esse beijinho foi bem bom…
- Oh. Ela é muito querida e calma.
- Ai que o meu melhor amigo está apaixonado.
- Não me goze. Eu nem sei se ela está na minha…
- Não sabes? Cá para mim, sabes. E sabes é muito. Se precisares de ajuda a preparar alguma surpresa…
- Ela não gosta de surpresas… - disse ao relembrar o que ela disse na cozinha
- Com a ajuda da Leonor, preparamos uma que ela goste.
- Não sei… -respondi
- Imagina lá… um jantar sozinho com ela…
- Ruben esquece, ela nunca aceitaria. Vamo mas é ver o que a sua mãe quer.  – disse parando o carro e saindo.
Ele seguiu-me e depois de termos entrado em casa, a dona Anabela começou para lá a falar acerca de já não lhe ligarmos nenhuma, agora nunca fazemos nada com ela… o Ruben lá lhe tentou explicar que ela se iria ter de habituar… Ficamos lá até á hora do treino e depois seguimos para o treino. E durante todo o tempo em que estivemos a fazer ginásio, pensei em como a conquistar… mas nada me parecia a cara da Joana. Mas também não me sentia muito á vontade para falar com a Leonor, nem sei se a Joana lhe contou alguma coisa sobre o beijo, pode nem ter significado para ela… Que confusão…
Narração da Leonor:
Bem, o almoço foi estranho. Comecei a associar o David e a Joana que me pareciam estranhos e o almoço… Mas talvez fosse só impressão minha. Depois deles saírem fui para o quarto e pouco tempo depois a Joana bate á porta…
- Posso? – perguntou
- Não, tou nua…- disse com ironia – Claro que podes.
Ela entrou e sentou-se na cama…
- Podemos falar?
- Ui, que ela está mal, para quer falar comigo…
- Oh, já vi que não dá…
- Dá sim. Anda lá fala…
- Acho que estou apaixonada.
- O quê? Tu? Como? Quem?
- Não gozes… - pediu-me
- Não estou a gozar… conta lá essa história…
- Oh, é simples, eu sonhei com que ele, e beijávamo-nos. E cada vez que estou perto dele não me aguento… E hoje beijamo-nos… e não sei como é que isto acontece… - disse ela a uma velocidade estonteante, atropelando as palavras
- Ok. Repete tudo, mas mais devagar.
Ela falou e no final…
- Não me digas que estás apaixonada pelo Ruben…
- Não, estou a apaixonada pelo David. O que é bem pior.
- Pior? Então porquê? Ele está completamente na tua.
- Não está. Eu não posso. Não quero…
- Não podes? Não queres?
- Tu sabes que eu não posso.
- Podes… Mas se não queres, é outra história.
- Mas eu nem sei o que isto é, o que isto significa…
- Então, descobre… Parte á aventura, deixa de pensar em tudo ao pormenor, vive primeiro…
- É muito difícil…
- Não é… Acredita em ti, e no que sentes…
- Mas eu não sei ao certo o que sinto, eu nem sei o que ele sente por mim… Além disso, ele é jogador de futebol, tem dinheiro, está habituado a estar rodeado de pessoas como ele, o que sou eu?
- Descobres… E o que tem ele ter dinheiro, ter dessas pessoas como ele, ele á uma pessoa 5 estrelas e tudo isso. E nunca ouviste dizer que o dinheiro não compra a felicidade. – sorri - E se ele não sentisse nada por ti, não te beijava, ele não deve andar praí a beijar todas…
- É jogador de futebol, por isso…
- Ele não é assim…
- Mesmo que não seja. Pode ser apenas atracção, nada mais e vou magoar-me.
- Duvido! Ele olha para ti de maneira diferente.
- É que nem comeces a fazer filmes… Esquece.
- Desculpa.
Ficamos as duas no quarto, a falar sobre várias coisas, a ouvir musica, sem que tocássemos mais no assunto beijo, David, tinha noção de que ela não queria falar disso… Vimos o quanto a nossa vida mudou, recordamos o passado, peripécias que fazíamos, os bons momentos que passamos… E quando demos por ela já eram quase horas de jantar…
- Bem, a tarde passou tão rápido. – disse-me
- Vou fazer o jantar. – ofereci-me
- Á vontade. – sorriu
Levantei-me e fui para a cozinha, enquanto preparava o jantar, pensava em tudo o que ela me disse, em relação ao David...
Ok… Decididamente a minha maninha precisa de ajuda… Nada melhor do que fazer de cupido, para dar um empurrãozinho… Agora, como? Pensei e voltei a pensar… Mas, preciso de ajuda… E conheço a pessoa ideal para isso… Fui ao quarto, a Joana já lá não estava, peguei no telemóvel e mandei uma mensagem ao Ruben.
‘Para: Ruben
Olá. J
 Sim, sei que já deves estar farto de me aturar, mas preciso mesmo de uma ajudinha tua. Dá para sairmos no fim de jantar? Um café?
Beijinho. :P’
Voltei á cozinha e acabei de fazer o jantar, a Joana pôs a mesa, enquanto voltei ao quarto para ver se ele me tinha respondido… E verifiquei que tinha uma mensagem…
‘De: Ruben
Olá. :D
Por acaso, começo a fartar-me. Mas se precisas assim tão desesperadamente da minha ajuda, eu faço um sacrifício. Não gosto de virar as costas a ninguém. xD
Passo em tua casa às 9 e meia.
Beijinho. Até já.’
- É mesmo parvo. – sorri
- Já falas sozinha? Tens mesmo de arranjar um namorado.
- Não, não falo, sozinha. E quem está mais perto de arranjar um namorado é a menina, não eu…
Desculpem a demora...
   Esperamos que gostem...
                  Manas BC*

domingo, 27 de novembro de 2011

Capitulo 20 – O beijo…


Troquei de roupa e preparei-me…
Toc toc…
- Sim?! – disse.
- Posso? - Perguntou o David
- Claro, entra… - disse
-Tá tudo bem? – perguntou…
- Sim… - respondi olhando-o.
Verificando aquele rosto bem delineado, e com um toque angelical.
- O almoço está a ficar pronto…
- Então vamos? – disse levantando-me.
- Vamo… - disse seguindo-me.
Fomos até á sala, e ainda fui a tempo de pôr a mesa sempre com ajuda do David… estava completamente distraída a olhar para ele quando deixei cair os talheres… Fazendo um barulho irritante. Baixei-me para os apanhar mas ele seguiu o meu exemplo… Ficamos a olhar-nos, apanhamos os talheres, levantamo-nos e quando ele ia á cozinha, voltou para trás… Ficando muito próximo de mim… E eu queria tanto aquilo, queria beija-lo, abraça-lo, tê-lo junto a mim… Tocou-me no rosto, desviando-me uma mecha de cabelo e colocou-a atrás da minha orelha, passou a sua mão direita pela minha face, passando o seu polegar pelos meus lábios, sempre com o olhar fixo no meu e eu também não conseguia afastar-me, mexer-me, deixar de olhá-lo… Cada vez se aproximava mais de mim e cada vez me sentia mais presa, com mais vontade de o beijar, o meu coração batia cada vez mais descompassado, uma sensação estranha mas ao mesmo tempo muito boa percorria todo o meu corpo... Os nossos rostos estavam já a escassos milímetros, sentia a sua respiração contra os meus lábios, ele também devia sentir a minha… E o espaço entre os nossos lábios passou a ser inexistente, tocaram-se de forma natural para a seguir as nossas línguas se encontrarem pela primeira vez e dançarem juntas como ao som de uma balada muito calma, mas de uma forma tão única que parecia já dançarem juntas desde sempre… Por uns segundos esqueci tudo, esqueci que não estávamos sozinhos naquela casa, esqueci que ele é o David Luiz, esqueci a minha doença, rendi-me totalmente ao que sinto por ele e ao beijo que eu tanto queria… Mas voltei á realidade, e ele é o David Luiz e eu não posso… Afastei-me… Colei o olhar no chão…
- Eu… Vou buscar outros talheres.
Saí sem lhe dar tempo para uma resposta e voltei á cozinha…
- Está tudo bem? – perguntou o Ruben
- Sim… Os talheres, caíram.
Peguei nos talheres e ao sair da cozinha ele entrou, os nossos olhares cruzaram-se, olhamo-nos profundamente… Quando desviei o meu olhar para o chão e caminhei de volta á sala, coloquei os talheres na mesa e sentei-me no sofá… Não podes Joana, pára de pensar nele… Tu sabes que nunca poderá existir algo entre nós… Isto nunca poderá ser real…
- Desculpe.
- Ah? – voltei á terra
Olhei e vi o David já sentado ao meu lado, olhando-me.
- Aquilo que aconteceu… Eu…
- Não te preocupes. Está tudo bem. – desviei o olhar
- Eu não quero que cê pense que…
- Não vou pensar nada. Vamos esquecer o que aconteceu. – disse rapidamente
Tinha de esquecer… Eu não posso, este sonho nunca será real… Mas mesmo sabendo disso, esquecer o que aconteceu não é possível e o que sinto por ele muito menos… Resta-me tentar esconder…
- Meninos, o almoço está pronto. – disse a Leonor
 Levantamo-nos e em vez de cada um contornar o sofá, queríamos ambos seguir atrás do outro. O que levou a que chocasse-mos, e ficamos a olhar-nos profundamente como se quiséssemos ler o olhar um do outro… Invertemos as nossas intenções, contorna-mos o sofá e sentamo-nos á mesa…
O almoço correu mais ou menos, pela primeira vez havia um enorme silencio na mesa…
- Oh páh, que barulheira. Calem-se um pouco. – disse a Leonor ironicamente
- Meninas, quando é que começa a universidade? – perguntou o Ruben numa tentativa de haver conversa
- Segunda. – respondi
- Eih, não acredito… mas sábado vão ver o jogo, não vão? – perguntou o Ruben
- Claro. Temos é de ir buscar os bilhetes… Que ainda não fomos. – respondeu a Leonor
- Bilhetes?! Podem ir para os camarotes… - falou o David pela primeira vez em todo o jantar
- Não. Nós não nos íamos sentir bem. Nós depois do treino vamos ao estádio. – disse olhando para ele
E o meu coração batia ainda mais forte… Imaginei-me num prado florido, parecia que tinha sido transportada para um local paradisíaco… Onde ambos corríamos e brincávamos, nos beijávamos e trocávamos carícias, onde nada desta realidade incomodava, éramos apenas nós…
- Vocês é que sabem. Mas vejam lá onde se metem. – disse ele novamente, o que me despertou para a realidade novamente e desviei de novo o olhar
- Não se preocupem. – respondeu a Leonor
Narração do David:
Ela estava no quarto e o Ruben estava entretido a ajudar a Leonor. Lembrei-me de a ir chamar para pôr-mos a mesa juntos. Ela veio e iniciamos a nossa tarefa… Que foi interrompida assim que ela deixou cair os talheres no chão, fazendo barulho. Apresei-me a apanha-los, assim como ela. Ainda nos mantivemos na mesma posição olhando-nos, o que me fez perceber que mesmo que quisesse fugir já não conseguia… Levantamo-nos e assim que juntei os garfos que ela apanhara com os que eu tinha apanhado virei-me com o intuito de ir á cozinha buscar outros. O que não aconteceu pois voltei a virar-me e ficamos muito próximos novamente… Desviei o seu cabelo e fiz os meus dedos deslizarem pelo seu rosto, passando nos seus lábios, o que me fez apreciar ainda mais o seu rosto, a sua forma perfeita, a vontade que eu tinha de a beijar, de dizer tudo o que sinto… A distancia entre nós era menor a cada segundo que passava e o desejo de a beijar, esse aumentava… E uni por fim as nossas bocas, para as nossas línguas se encontrarem de seguida e explorarem cada recanto da boca um do outro calmamente… Beijo que já não aguentava mais sem o ter, senti o que nunca senti, senti-me como se a conhecesse desde sempre e como se fosse uma criança a dar o primeiro beijo… Perfeito… Mas que teve de terminar… Ela pôs termo ao beijo e sem me encarar, falou…
- Eu… Vou buscar outros talheres. – saiu em direcção á cozinha sem me dar tempo para responder
Porque é que cê fez isso? Ela nunca o vai perdoar… Fiquei uns segundos parado e voltei também á cozinha… Ainda nos cruzamos lá, trocamos um olhar intenso… Ela desviou o olhar, voltando á sala…
- David? – disse a Leonor
- Sim.
- Tás bem?
- Sim, não se preocupa não.
- Ok. Se tu o dizes.
Voltei á sala, ela estava sentada no sofá, parecia distante… Sentei-me junto dela… Queria esclarecer o que tinha acontecido… Comecei por pedir desculpa, o que fez com que ela me olhasse… Pedi desculpas novamente, não queria que ela ficasse pensando que eu me quis aproveitar dela, eu quero aproveitar sim, mas não é dela… Quero aproveitar todos os momentos com ela, aproveitar cada segundo do lado dela, nem que seja apenas olhando-a… Ela começou por dizer para não me preocupar, que estava tudo bem, mas a ultima frase dela ficou no meu ouvido…
- Não vou pensar nada. Vamos esquecer o que aconteceu.
É impossível esquecer… Tudo o que eu quero é recordar… Ela falou de uma maneira tão rápida que me pareceu que o beijo não foi apensa desejado e sentido por mim… Que ela tinha sentido o que eu senti, que ela queria tanto o beijo como eu… Ou teria sido tudo fruto da minha imaginação? Estarei eu a tentar fazer-me acreditar que ela sente o que eu sinto?
Fomos almoçar e quando elas disseram que iam ver o jogo mas não para os camarotes, fiquei esperando para que não fossem para junto das claques, e que o jogo fosse calmo. E quando os nossos olhares se cruzaram fiquei ainda com mais certeza que tinha de a conquistar, precisava dela do meu lado, dela comigo, para ama-la e respeita-la, no bem e no mal, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, hoje e sempre… E este beijo foi o culminar de todas as certezas… Certeza que a amo, certeza que só serei feliz com ela do meu lado…certeza que este beijo foi como um troca de alianças… como num casamento se trocam provas de amor e carinho, com aquele beijo trocamos provas do que sentíamos, dos nossos sentimentos. 

*Esperemos que gostem
                           Manas BC*

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Capitulo 19 – Mas que raio Joana



Narração da Joana:
O Ruben foi um querido, um verdadeiro amigo. Senti-me mais leve. E depois de o David confirmar que aquele cascol era o meu cascol, fiquei muito feliz. Afinal eles não se esqueceram de nós. Depois ainda fomos jantar e quando menos esperava o David começou a falar de uma forma estranha para o Ruben. Assim que o jantar acabou eu e a Leonor fomos tratar da cozinha…
- Foi impressão minha ou aqueles 2 não estavam muito bem? – perguntei.
- Não sei. Mas parecia. Mas é a vida deles. Eles é que sabem. – respondeu-me.
Continuei a arrumar a cozinha e quando regressamos á sala, o David já não estava lá. Ainda perguntei por ele e depois de saber que tinha ido embora. Tínhamos ficado sem boleia. Mas mesmo assim fiquei preocupada com o que tivesse acontecido.
Depois de uma pequena disputa lá cedemos e o Ruben levou-nos a casa. Depois de nos deixar em casa, entrei no quarto e fui tomar um banho. Estava a vestir o meu pijama quando o meu telemóvel começa a tocar… Vi que era uma mensagem do David… li e sorri.
- Mas que raio Joana. Porque é que te estas a rir? – disse olhando-me ao espelho.
 Respondi-lhe… mas antes de adormecer, ainda não tinha nenhuma resposta… Adormeci, e na manha seguinte quando acordei e abri os olhos, lembrei-me do sonho que tivera está noite.
O David e eu a caminhar-mos na praia, mergulhamos e depois beijamo-nos sobre aquele céu estrelado, tendo a lua a testemunhar e a aplaudir o sucedido. Saímos e fomos até às rochas onde tínhamos um grupo de jornalistas e fotógrafos de câmaras e maquinas apontadas a nós..
- Esquece Joana. Esquece. É impossível. Não podes.
Levantei-me e depois de trocar de roupa e prender o cabelo, peguei no telemóvel e verifiquei que não me respondeu.
Uma parte de mim, já esperava que isto acontece-se. Afinal ele não tem a obrigação de responder. Fui até ao terraço do prédio e fiquei a olhar a cidade. Quando regressei a casa, o David estava lá com a Leonor.
- Bom dia. – disse olhando-o.
- Bom dia. – disseram eles
- O David veio nos convidar para irmos ver o treino deles. Alinhas?
- Se quiseres. – disse sentando-me e começando a comer… - já comeram?
- Não. Mas não quero dar trabalho. – proferiu ele.
- Não das, estas á vontade. – respondi. Pois a Leonor deve ter-se ido vestir…
Ele sentou-se e olhou-me.
- Desculpe ter deixado vocês assim sem transporte ontem…
- Deves ter tido os teus motivos.  – respondi depois de acabar de mastigar…
- Joana, - disse pegando na minha mão. – me desculpe. Eu não queria ter saído assim sem sequer avisar.
Aquele seu toque surtiu em mim um calafrio, uma adrenalina no meu corpo. Eu nunca tinha sentido nada assim.
- Estás desculpado. – disse sem o encarar.
A Leonor chegou e começou a comer… O David ainda trocou umas palavras com ela mas rapidamente nos despachamos e seguimos até á CFC. O David entrou logo e eu segui-o. A Leonor ainda ficou um pouco a falar com o porteiro…
O David chegou junto ao Ruben e eu fiquei a olhar o campo principal, alheia a tudo. Observando o espaço. Até que alguém me interrompeu…
- Maninha, parece que é melhor irmos para o campo 5, é que aqui não vamos ver nada…
- Então maninha, vamos?
- Vamos.
Seguimos até ao campo 5 onde nos sentamos.
O Jorge Jesus apareceu…
- Bom dia… - dissemos.
- Bom dia meninas… - disse aproximando-se de nos. – então vieram ver um treino?
- Sim, espero que não haja problema. – disse logo.
- Estejam á vontade. Mas não seduzam os meus jogadores.
- Fique descansado. – respondeu a Leonor.
Ele seguiu para o campo e depois os jogadores começaram a chegar e a aquecer… Tentei abstrair-me daquele 23, mas parece que quer eu queira, quer não, ele surgia, ou fisicamente ou no meu pensamento.
Estava a pensar quando recordei aquele jogo em Barcelos onde ele me deu a camisola, aquele seu corpo nu, era magnífico. Esbelto. Único. Mas Joana, o que te deu para estares a pensar nele? Joana, o que se anda a passar contigo? Tu nem te aprevas a apaixonaste por ele, ele nunca olharia para ti e colocarias te na toca do lobo. 
- Joana, viste aquela defesa? – disse a Leonor despertando-me.
- Sim. Não foi má. – respondi completamente alheia ao que ela se referia.
- Tu andas mesmo no mundo da lua. – falou sem me olhar.
- Desculpa. – pedi.
Fiquei a ver aquele treino, atenta aos movimentos daquele que vestia o colete 23…
No final do treino, esperamos por eles junto aos carros…
- Joana, não paras te de olhar para o caracolinhos?
- E então? Sabes que sempre o gostei de ver a jogar.
- Podias ter começado a gostar, não só de o ver jogar.
- Leonor, poupa-me. – disse sabendo que talvez fosse isso que estivera acontecer. Mas eu não podia…
Eles lá chegaram e o Ruben abraçou-me, aquele seu toque não surtiu em mim nenhum efeito. Nenhum calafrio. Nada. Eu não posso gostar do David.
- Oh, joaninha, isso são só saudades? – perguntou-me o Ruben…
- Que convencido… - disse soltando-me dele.
- Bem, meninos, o almoço hoje é em nossa casa. – disse a Leonor.
- Então vamos lá? – disse o Ruben.
- Vamos. – respondi. – Ruben, posso ir contigo?
- Claro. Mas posso saber porquê? – respondeu-me.
- Gostava de falar contigo. Posso? – Acabei por dizer.
- Sim. Vamos lá. Encontramo-nos todos lá. – disse o Ruben.
- Ok, Até já. – disse o David e a Leonor, dirigindo-se as respectivas portas do carro.
Eu e o Ruben caminhamos até perto do carro dele. Ele abriu e depois de pousar o seu saco na parte de trás do carro, sentou-se e ficou a olhar para mim.
- O que é que se passa? – perguntou logo.
- Ai, Ruben. Passa-se… eu nem sei bem o que.
- Explica lá.
- Ruben, como é que sabemos quando estamos apaixonados?
- Não me digas que já te apaixonas te…
- Não sei. Só sei que ele não me sai da cabeça. E esta noite até sonhei que estávamos na praia e nos beijamos. E quando ele me toca, sinto-me estranha. – admiti
- Joana, eu não sei. Mas acho que estás mesmo apaixonada.
- Não pode ser. Não pode. Eu não posso apaixonar-me…
- E não podes porquê? Joana, tu é que te inferiorizas em relação às outras… Tu, não és menos que ninguém.
- Mas eu não consigo dar aquilo que todos vocês querem…
- Joana, nem tudo passa por aí. E tu não dás porque te continuas a inferiorizar.
O Ruben finalmente começou a conduzir…
- Achas que devo fazer o quê? –perguntei.
- Acho que deves viver esse amor.
- Como queres que eu faça isso?
- Joana, esquece os como’s, porque’s e vive. Vive sem pensar em mais nada…
Não respondi. Fiquei a pensar no que devia fazer… Quando chegamos ao nosso apartamento, o Ruben estacionou. Saímos e mal eu vi o David, o meu coração começou a bater irregularmente e comecei a ficar nervosa… Caminhei até ao quarto. 

*Esperemos que gostem 
                            Manas BC*