quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Capitulo 29- Culpadas



A porta abre-se, e uma mulher aparece e abraça o Ruben. Presumi que fosse a sua mãe.
- Filho, estás bem? – disse preocupada e olhando-o atentamente
- Sim.
- Mesmo? – insiste aquela mulher com uma preocupação maternal normal.
- Sim, mãe.
- Olá. – disse olhando-me – desculpa não te ter cumprimentado mas é que este meu filho ontem não estava em casa e como tinham perdido o jogo fiquei preocupada.
- Olá, eu sou a Joana. E sou a culpada. Eu e a Leonor raptamos o Ruben e o David para os tentarmos animar e depois acabaram por ficar lá em casa, porque Já era tarde.
- Eu sou a mãe desta criança grande, Anabela. – disse aproximando-se e dando-me 2 beijinhos.
- Prazer.
- Já percebi porque é que os meninos me trocaram por vocês. Afinal são bonitas, simpáticas, amigas… pelo que já percebi… - disse olhando para o Ruben
- Ah! Obrigada. É o mínimo. O Ruben tem sido o meu porto de abrigo ultimamente, preciso dele bem.
- Ok. Fico mais descansada. O David? – perguntou ao Ruben
- O David foi a casa.
- E trás a Leonor. – completei
- Entrem…
Narração do David:
Depois de sairmos, dirigi até minha casa…
- Eu vou só tomá um duche. Já volto. – disse caminhando corredor fora
- Sim, já sei ‘fica á vontade’.
- Já volto. – dirigi-me até ao quarto onde seleccionei uma camisola e uma calças de ganga.
Dirigi-me para o banheiro, e depois de entrar na água… lembrei-me da noite passada em que tivera com ela… que adormeci com ela, tive-a nos meus braços e depois de um erro, voltei a perde-la… despertei, saí do banheiro, me arrumei e depois de arrumar meu cabelo também, fui ter com a Leonor…
- Ui, isso é tudo para provocar a Joana? – disse mal entrei na sala
- Não tou bem, é isso?
- Tás muito bem. Mas acho que tamos atrasados…
- É provável.
Saímos e depois de entrar-mos no carro…
- David, eu sei que gostas da Joana, mas vai com calma…
- Eu acho é melhor nem ir…- confessei
- Não desistas…
- E quer que faça o quê? – perguntei
- Quero que vás com calma, e que tenhas paciência… e que saibas que ela também gosta de ti… Mas está assustada…
- E então o que quer que eu faça?
- Nunca ouviste falar em conquistar a donzela?
- Ouvir, ouvi mas não sei o que é o que hei-de fazer…
- Dá uso a essa cabecinha, que não serve só para ter caracóis fofinhos…
- Chegamos. Preparada pra conhece a senhora que concebeu o menino com quem passou a noite? – fugi ao tema que nos tinha feito gerar aquela conversa desde que saimo de minha casa
- O David, não venhas com isso. Não se passou nada.
- Já me calei, vamo…
Saímos e caminhamos até á porta. Toquei á campainha e o manz nos abriu a porta…
- Entrem…
Entrei e fui ter com a D. Anabela que se encontrava na cozinha com o Sr. Virgílio mas não vi a Joana…
Narração da Leonor:
Depois de termos saído de minha casa, passamos por casa do David para ele se trocar e depois seguimos para casa dos pais do Ruben… Quem nos abriu a porta foi o Ruben e olhou-me automaticamente, com uma expressão que não consegui decifrar…
- Entrem…
Assim que o ouvi dizer isso, entrei sem o encarar…
- Leonor. – disse agarrando-me o braço, fazendo com que ficasse de novo frente a frente com ele
- O que é que tu queres? – disse friamente
- Olha, nada. – respondeu-me no mesmo tom e soltando-me o braço
- Desculpa. – disse baixando o olhar – Eu não devia ter-te dito o que disse esta manhã e sim, tens razão, eu não tenho o direito de me meter na vida deles. Eu só estou preocupada com a minha irmã e com o David também. Porque se eles estiverem bem, a Joana fica bem, ela gosta dele e eu não queria que aquela conversa fosse assim, naquele momento, ia ser pior… - olhei-o pela primeira vez e ele olhava-me e ouvia o que lhe dizia atentamente – Tenta perceber-me.   Desculpa, eu não devia ter falado daquela forma de manhã… - disse
- Eu também tive culpa, desculpa.
- Desculpado… - disse
- Desculpada. Olha, vai entrando enquanto dou um jeitinho lá dentro…
- Vai lá. – respondi
Segui para a sala e como não encontrei ninguém, segui o barulho e fui encontra-los na cozinha…
- Então, Joana trocou de roupa?
O David olhou automaticamente para mim, mal ouviu o nome da Joana…
- Eu sou a Leonor.
O David sorriu-me…
- Desculpa. – pediu-me
- D. Anabela esta é a Leonor.
- Prazer. D. Anabela.  – disse sorrindo e cumprimentando-a com dois beijos
- Bela chega. - sorriu
- Vou tentar. - sorri
A Joana entra na cozinha e o David prende o olhar nela… E eles olham-se profundamente… Tinha-se feito silêncio naquela cozinha, parecia que nem de propósito, para os olhares deles se encontrarem sem ninguém para os interromper… O silencio foi quebrado pela D. Anabela…
- Bem, vocês são mesmo iguaizinhas. Não percebo como alguém vos distingue.
- As únicas pessoas que conseguem fazer essa proeza, somos nós. – disse o Ruben entrando na cozinha
- Bem, que convencido. – disse a Joana dando-lhe uma cotovelada
- Não, sou apenas realista.
- Claro! – disse-lhe ela
- Bem, eu vou acabar o almoço, vão para a sala conversar.
- O Mauro disse que ia chegar um bocado atrasado. – disse o Ruben
- Ok.
Eu e a Joana oferecemo-nos para ajudar e seguiu-se a discussão que ’os convidados não ajudam’… E não conseguimos mesmo ajudar…
- Já percebi a quem sais assim tão teimoso. – disse ao Ruben, enquanto nos dirigíamos para a sala
A Joana e o David calaram-se, apenas se olhavam o que já não conseguiam disfarçar… Sentia que ele estava a sofrer por ela… E sentia que o tinha de ajudar, a minha irmã não me ouve, é mesmo teimosa… Chegamos á sala e sentamo-nos… Eu e o Ruben ia-mos pegando um com o outro…

*Esperemos que gostem 
                          Manas BC*

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Capitulo 28 – Poupa os elogios para o David




- Podes fugir por agora, mas não vais conseguir fugir por muito mais tempo. – o Ruben interrompeu o silêncio
- Eu sei. – disse entristecida – Além disso eu ainda sou menor é crime. – tentei desviar o assunto
- Menor? Mas estás na universidade.
- Nascemos em Novembro, entramos mais cedo para a escola.
- Ah… Novembro! Só faltam dois meses.
- Ruben… Ele… Tu… Vivem noutro mundo, um mundo muito diferente ao que fui habituada e ao que quero para mim. – respondi sendo sincera
Não quero partilhar a minha vida com o resto do mundo, não quero estar na boca das pessoas, não quero ter a imprensa andar atrás de mim. Não quero entrar no mundo deles, dele… Só queria a ele… sem cognome sem reconhecimento. Só e simplesmente ele.
- Talvez. Mas também estás a entrar nele e não é através de mim ou do David. – respondeu-me logo… E eu sabia que aquilo não era mentira. Mas também não era exactamente verdade. O futebol é muito mais mediático e move muito mais mundo que o voleibol. Não me queixo, assim ainda podemos andar na rua e passear sem ninguém nos reconhecer e á vontade e os nossos jogadores de futebol não o conseguem. Pois á sempre alguém que reconheça o seu trabalho e que os acarinhe.
- Ruben, não é igual. – acabei por responder
- Não é igual? Porque ele tem muitas fãs ou porque tu não queres estar com ele?
Eu não quero estar com ele? Como é que ele pode dizer uma coisa dessas? Ele não percebe ou esta a provocar-me…
 - Não percebes. Ele tem muitas mulheres. Porquê escolher uma que não se pode envolver completamente?
- Porquê?
- Porque não posso. Porque… - interrompeu-me
- Amá-lo? – perguntou-me olhando-me pelo canto do olho
- Ruben… - tentei intimida-lo repreendendo-o
- Amas ou não? – insistiu
- Amo. Quer dizer… não sei. Nunca gostei de ninguém. Mas ele mexe demais comigo. Faz-me tremer, faz-me quer abraça-lo, beija-lo… Mas não posso.
- Porquê? Porque ele merece melhor?
- Muito melhor. – disse olhando pela janela
- Pára de dizer que não és suficiente para ele. És tudo o que ele quer, o que ele precisa, neste momento ele só se sente bem do teu lado, ele precisa do teu sorriso, do teu olhar, da tua atenção … Eu conheço o David e eu nunca o vi assim, ele já não é o mesmo quando estás chateada ou muito tempo longe dele. Ele só te quer do lado dele, quer fazer-te feliz e ele consegue fazê-lo. – disse sem bacilar
- Ruben… - tentei calá-lo, já a lacrimejar
- E sabes porquê? – elevou o seu tom de voz, olhando-me nos olhos e eu nada disse – Porque ele te ama.
Aquelas palavras… Não consegui responder-lhe, aquilo deixou-me a pensar… Tínhamos chegado. Ele parou o carro olhou-me e só depois é que saiu. Sai com ele e entramos.
- Fica á vontade. – disse virando-se para o corredor, fiquei a olhar aquela sala… - E vai comer, sim?
- Sim, papá..
- Não gozes, ainda sou muito novo para ser pai…
- Se não andares a treinar…
- Come, que a falta de açúcar já te está a afectar. – disse voltando a caminhar pelo corredor
Ainda deambulei pela sala, e depois fui até a cozinha, preparei uma torrada e acompanhei-a com um copo de leite. Quando estava a limpar o que tinha sujo o Ruben entra…
- Já comes-te?
- Sim papá…
- Acho muito bem. – respondeu-me dirigindo se á entrada
Segui-o, e viu a ajeitar o cabelo em frente ao espelho.
- O meu papá está todo janota… assim vou ter de ter cuidado…
- Não gozes.
- A sério, estás muito bem. Mas permite-me a pergunta, e para alguém especial essa produção toda? É que eu saiba, só vamos almoçar a casa dos teus pais.
- Oh, Joaninha, ela pode estar em qualquer esquina, convêm andar sempre arranjado. Não queres que o papá fique sozinho…
- Não papá… Mas estás mesmo muito jeitoso.
- Poupa os elogios para o David.
- Tinhas de vir… Já estás? Podemos ir?
- Foge, foge… - disse-me já quando eu estava fora da porta…
Seguimos até ao carro, e quando estávamos a distanciar-nos…
- Ruben, tu não tens nada para me dizer? – perguntei antes que fosse ele a puxar um assunto.
- Eu?! Que eu saiba…
- Dormiste com a minha irmã… - elucidei-o
- Ah, isso… Oh não fizemos nada. Ficamos simplesmente a dormir no mesmo quarto…
- Sim. Não te esqueças é que entrei esta manhã sem avisar…
- Oh Joana, não penses nada… Simplesmente a tua irmã, provocou-me e eu ataquei-a…
- Desde que se protejam e tenham juízo…
- Não fizemos nada. – disse me ele logo com um tom de voz um pouco exaltado
- Ok, ok. Estou só a avisar. – defendi-me
- Chegamos. - proferiu
Caminhamos até a porta de entrada, e tocamos a campainha.
Enquanto esperávamos que nos abrissem a porta…
- Ruben, achas que estou bem?
- Joaninha, tas perfeita. A minha mãe não liga nada ao que as pessoas vestem.
- Mesmo assim.
- Estás perfeita. O pior que pode acontecer é teres o meu pai pelo beicinho.
- Nem brinques.

*Esperemos qe gostem...
                          Manas BC*

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Capitulo 27 - Faz o que quiseres...




- Eu não consigo. Diz que sou uma menina mimada, uma fraca por não lutar pelo que quero, por não querer viver, mas eu não consigo... Eu nunca senti nada assim, sempre imaginei como seria e eu não consigo, ele é tudo o que uma miúda pode desejar, ele merece uma miúda que lhe possa dar tudo…
- Tu podes dar-lhe tudo, basta teres mais confiança em ti…
- Não posso Leonor. Não posso dar-lhe tudo o que um homem quer, tudo. E eu não posso.
- Podes! E nem tudo se resume ao sexo. O David é doido por ti e já te deu mais do que provas disso, ele ama-te. E tu podes dar-lhe tudo, a que um homem tem direito, tu podes entregar-te completamente a ele, basta estares preparada, basta que seja aquilo que tu, queres… Basta deixares-te levar pelo que sentes por ele, que cresce a cada dia.
- Cresce? Como é que tu sabes? – fugiu um pouco á conversa
- Conheço-te á 18 anos, já sei umas coisinhas. – sorri, entrei na onda dela
- Obrigada maninha.
- Só quero que sejas feliz. E podes sê-lo. Não tenhas medo de arriscar.
Ela sorriu… Levantou-se sem dizer mais nada. Conheço-a, tudo o que disse fê-la pensar ainda mais… Pela milésima vez que digo o mesmo… Mas ela não perde este medo… Pode ser que talvez seja desta que esta miúda ganha juízo…
- Mana. – chamei-a, ela olhou-me – Quem não arrisca, não petisca! – ri
- És tão parva. – sorriu
Saí daquele quarto e dirigi-me ao meu para pegar uma roupa para poder ir tomar um banho… Entrei… Mas só depois de ver o Ruben e o David é que me lembrei que deveria ter batido á porta…
- Desculpem, eu saio já. Vim só buscar uma roupa. – desculpei-me
- Este é o teu quarto, era só o que mais faltava, pedires desculpa.
- Com licença. – disse o David                                                                     
Quando o vi sair do quarto assim tão apressado calculei que fosse falar com a Joana…
- David. – tentei ir atrás dele, impedindo-o de ir ter com ela
O Ruben agarrou-me o braço impedindo-me de tentar alcançar David…
- Deixa-o ir.
- Deixo-o ir? A Joana esteve este tempo todo a chorar por causa dele e estás a dizer-me para o deixar ir?
- Não achas que eles têm coisas para resolver?
- Não achas que a Joana já teve a sua dose por hoje?
- Eles têm que falar, vão ter de resolver o que aconteceu.
- Mas não precisa de ser agora.
- Precisa de ser quando eles quiserem. – contrapôs ele senhor de ti.
- Mas ela não quer.
- Não sabes.- respondeu -me.
- Sei que a minha irmã está a sofrer e por hoje, chega.
- Não podes impedir nada.
- Posso impedir que ela se magoe mais.
- Não, tu não podes impedir algo que se tiver que acontecer, acontece.
- E tu não és ninguém para me dizeres o que eu devo ou não fazer. – exaltei-me
Já me estava a passar com aquela conversa. Eu disse á Joana que ela tinha que falar com o David, mas conhecendo a minha irmã como conheço aquela conversa iria ser tudo menos agradável naquele momento e ela iria acabar por se magoar mais ainda… Mas não, se eu pudesse evitar e o Ruben não estava a facilitar essa tarefa…
- Pois. Tens razão, não sou mesmo. Mas tu também não és ninguém para interferir na vida deles, não te diz respeito! – pagou na mesma moeda
As palavras dele custaram-me, esperava tudo menos aquilo, ao menos que tenta-se compreender-me… Saí do quarto sem lhe dirigir mais a palavra. Fui até ao quarto da Joana e vi o David sentado na cama com uma moldura dela na mão.
- A Joana?
- Acho que tá tomando banho.
- Eu sei que deves querer esclarecer as coisas. Mas é melhor não ser agora. Só vos irias magoar ainda mais, se bem conheço a Joana, isto é ainda muito recente. Espera até logo á tarde pelo menos.
Ele assentiu com a cabeça…
- Vem.
Saímos do quarto e dirigimo-nos á cozinha.
- Fiz mesmo asneira.
 - Não fizeste nada de errado. O problema está mesmo, é na Joana. Tens de ir com calma. Eu sei que não pressionas-te nada, mas… - fui interrompida
- A minha mãe ligou. O almoço ainda se mantém? – disse o Ruben entrando na cozinha
- Por mim. – respondeu o David
- Tu é que sabes. – disse de forma indiferente
- Se estou a perguntar é porque não sei. – respondeu
- Faz o que quiseres. – disse com tom de insignificância
- Então obrigado pela ajuda. – respondeu no mesmo tom
- Manz, telefona a sua mãe, confirmando o almoço. – disse o David tentando aliviar o ambiente
Ele saiu da cozinha…
- O que se passou?
Não respondi… Comecei a pôr a mesa para o pequeno-almoço e o David ajudou-me… Fiz o pequeno-almoço…
- Eu vou tomar banho, vai comendo.
- Ok.
Saí e fui tomar um banho…
Narração do David:
Corri atrás dela e a nossa ‘discussão’ continuou no quarto da Leonor… Depois dela ter saído, fiquei falando com o Ruben, contando tudo o que tinha acontecido. Passado algum tempo a Leonor entrou no quarto e saí disparado, se a Leonor estava ali a Joana estava sozinha o que era uma boa altura para falar com ela. Cheguei ao quarto e nem sinal dela. Ouvi a água a correr, deduzi que estivesse tomando banho. Vesti-me e fiquei olhando uma moldura com uma foto dela, onde ela aparecia muito sorridente. Com os seus olhos lindos brilhando e um sorriso que mostrava muita felicidade, dava vontade de ter ela assim sorridente do meu lado, tê-la sempre comigo assim, feliz. Pouco tempo depois a Leonor entrou no quarto e depois de lhe ter dito que a Joana devia estar no banho, ela me explicou que deveria falar com ela mais tarde pois uma conversa naquele momento poderia piorar as coisas e eu não queria isso, não queria fazê-la sofrer ainda mais nem deixa-la ainda mais longe de mim…
Saímos e fomos para a cozinha, quando o Ruben entrou e o ambiente ficou estranho… Não percebi o porquê daquilo, ainda tentei entender mas a Leonor não me respondeu…
Antes dela se dirigir para o banho confeccionamos o pequeno-almoço, o Ruben regressou á cozinha.
- A Leonor? – perguntou-me
- Tá no banheiro. Mas vamo tomar o pequeno-almoço.
- Ok. – respondeu brutamente
Ele se sentou e tomamos o pequeno-almoço, sem dialogar-mos…
- Manz, não quer ver se a Joana tá precisando de algo?
- Isso é mesmo só amor. Mas eu faço-te a vontade. – e saiu
Pouco tempo depois voltou..
- Mano, vou indo, ainda tenho de passar por casa. Encontramo-nos na casa da minha mãe. A Joana vai comigo.
Quando ele disse aquilo, percebi que ela não queria falar-me, nem ter-me por perto… Ouvi a porta bater e ficou com a certeza que já tinham saído.
Fui até ao quarto da Joana, entrei e fiquei vendo cada recanto daquele quarto, absorvendo o cheiro dela que se espalhava pelo quarto… Olhei a cama, aquela onde tinha dormido do lado dela, do lado da mulher que amo, mulher que quero para mim. Vi a camisola que lhe tinha dado, naquele jogo que mudou a minha vida. Peguei-a e cheirei-a, tinha o seu perfume, pensar que ela tinha guardado aquela camisola e a tinha ali perto dela, fez-me também pensar que ela poderia querer-me também perto dela. Mas logo voltei á realidade, ela não me quer do lado dela, não me quer presente na sua vida, ela fugiu de mim… Porquê?
Peguei no camisola e apertei-a contra mim…
- Joana, como te amo.
- Encontrei-te! Mas não está ninguém nesta casa?
- Eu sou o quê?
- Tu percebes-te. Os outros?
- Já foram, o Ruben ia passar em casa. Encontramo-nos na casa da mãe dele.
- E o que é que tu estás aqui a fazer? – Pausou – E com isso na mão?
- Desculpe. – pousei a camisola
- Tu gostas mesmo dela…
- Nota-se muito?
- Não! – sorriu
Sorri-lhe e saímos…
Narração da Joana:
A Leonor saiu da minha beira e fui tomar um banho demorado para tentar acalmar… Saí e vesti uma roupa simples. O David estava sempre no meu pensamento. Abri o armário e peguei na camisola que ele me dera, na primeira vez que os nossos olhares se cruzaram, ainda não sabia o quanto a minha vida ia mudar… Fiquei a olha-la. E era isso que ele era, um jogador de futebol. Vive num mundo distante do meu, num mundo completamente á parte. E mesmo que essas barreiras entre dois mundos sejam ultrapassadas, o meu problema nunca deixará de ser isso, um problema, um impedimento… Mentaliza-te Joana, só o podes ter como amigo, nada mais.
Bateram á porta…
- Sim?
- Desculpa, está tudo bem? – perguntou o Ruben abrindo um pouco a porta
- Sim. – pousei a camisola
- De certeza?
- Sim. E por acaso, hoje não temos um almoço em casa dos papás do menino? – disse lembrando-me do almoço
- Por acaso temos. Eu vou já embora.
- Eu vou contigo. Posso? – perguntei
- Isso nem se pergunta, é claro que podes.
Sorri-lhe e ele retribuiu… Peguei na bolsa e saímos do quarto, dirigimo-nos para o hall.
- Vou lhes dizer que já vamos.
- A Leo?
Ele hesitou…
- Ela vai com o David. – disse rapidamente
Achei estranho, mas nem dei muita importância, devia ser só impressão minha. Ele voltou poucos minutos depois…
- Vamos.
Saímos e descemos… Entramos no carro do Ruben e ele dirigiu em direcção a sua casa… Eu estava calada, olhando pelo vidro a paisagem, e por mais que quisesse, tudo parecia triste…

*Esperemos que gostem 
                           Manas BC*

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Capitulo 26 - O acordar (Parte II)




Narração do Ruben:
- Bom dia. – sorriu levemente
- Bom dia. – sorri – Desculpa, não te queria acordar. – desculpei-me, depois de a ter acordado
- Não faz mal. Também já está na hora de levantar. – disse leavnatndo um pouco a cabeça de forma a conseguir ver o relógio, que marcava as 10:00 h da manhã
- Pois. Realmente. - admiti
- Mas não me apetece nada. – disse pousando novamente a sua cabeça no meu peito
- Mas tem que ser. – mexi-lhe no cabelo
Ela rodou a cabeça, continuando sobre o meu peito mas agora de forma a olhar-me…
- Como será que correu a noite deles? Será que passaram a noite juntos?
- Eu não ouvi barulho nenhum. – brinquei
- Parvo. – deu-me com uma almofada na cara
- Isso não se faz. – comecei um ataque de cócegas
- Ruben, pára. – dizia ela sem conseguir parar de rir
Teria continuado com aquele ataque de cócegas se a Joana não tivesse entrado a correr no quarto. Parei imediatamente e desviei-me dela, e logo atrás da Joana entra o David… A Leonor olhou-me, não sei bem se por se passar alguma coisa com eles ou por eles puderem ficar a pensar algo de nós, afinal quando entraram eu estava sobre ela fazendo-lhe cócegas, mas parece-me que eles nem reparam…
- Diz Joana!
- Pára. Já disse que não podemos.
- Porquê?
- Porque não, já te disse.
- Me dá uma razão, por favor.
- Não!
- Meninos, vamos lá ter calma. – disse a Leonor levantando-se – O que é que se passa?
- Leo, por favor. – abraçou-se a ela
A Joana tinha uma expressão no rosto que desconhecia, parecia apavorada, sem saber o que fazer, sem saber muito bem o que dizer…
- Anda. – a Leonor olhou-me, com olhar de preocupação e dar a entender para que eu falasse com o David
- Mano, o que é que se passou? – disse mal elas saíram do quarto
- Manz, não sei.
- Como assim? Explica-te. – ele sentou-se na cama ao meu lado
- Ontem fui para o quarto dormir, mas não conseguia adormecer, só pensando nela, por isso me levantei e fui ao quarto dela, ela tava dormindo, achava eu, fiquei olhando-a e fiz-lhe uma leve festa no rosto e ela abriu os olhos e me pediu para ficar com ela. Ainda hesitei mas ela me pediu por favor e acabei dormindo junto a ela. Esta manha quando acordei disse p´ra ela que a gente precisava falar e quando tentava dizer que não conseguia esquecer o beijo ela me beijou e depois disse que a gente não podia, eu perguntei o porquê e ela me disse que somos de mundos diferentes que não podíamos. Pedi p´ra ela me dizer que o beijo não significou nada p’ra ela e ela me pediu p´ra pará e saiu do quarto correndo. Foi isso que aconteceu…
Não estava a acreditar que a Joana tinha feito uma coisa dessas… Primeiro ter pedido ao David para passar a noite com ela e depois tê-lo beijado. Ela gosta mesmo dele, a Joana que eu conheço nunca faria uma coisa assim, se não gostasse verdadeiramente dele. Eu sei que não a conheço assim á muito tempo, mas é como se já a conhece-se á anos… Estava ainda a digerir tudo o que ele tinha acabado de me dizer…
- Mano, tens que ter calma com ela, ela precisa de espaço, de tempo, são muitas coisas a acontecer. Tu sabes que ela gosta muito do seu cantinho, não é uma pessoa que gosta de andar no meio da fama, das revistas, ela não é o tipo de miúda que gosta de dar nas vistas e a vinda para o Benfica tem feito um pouco disso, por isso tens de a compreender, ela gosta de ti, se não, não te teria beijado, mas também tens de dar tempo para ela pensar um pouco talvez, tu conheces a Joana e sabes que ela não é do tipo de se atirar de cabeça a qualquer coisa. Mas com o tempo ela vai-se libertando, ela gosta mesmo de ti.
- Será manz?
- Tu sabes que sim. Dá-lhe tempo.
- Pô, cê sabe que é difícil. Eu nunca tive tão amarradão numa garota. Ela me faz perder a cabeça, já não tou imaginando tar longe dela.
- Eu sei mano. Mas tens que ter calma. A Joana é uma miúda especial.
Ele não disse nada. Apenas baixou o olhar…
- Eu amo ela.
Ouvir o David dizer aquilo, e daquele jeito, tão simples, tão espontâneo. Eu sei que ele está a falar a sério, o David não é uma pessoa de fazer parecer algo que não sente, ele é muito sincero sempre em relação aos seus sentimentos. Já vi o David apaixonado mas como agora. Está diferente… Até que ponto é que não sei, mas uma diferença para melhor, acho que sim.
- Nunca te vi assim. – acabei por confessar
- Nunca estive assim manz.
- Então, não desistas. Espera, dá-lhe o tempo, mas não desistas.
Não queria vê-lo desistir, vê-lo a sofrer, mas ver a Joana sofrer também, ela diz que não quer, mas eu sei que ela no fundo gosta dele e que se ele insistir ela vai acabar por ceder ao que sente, mas se ele desistir, ela não vai correr atrás dele e vão sofrer os dois.
- Ela não quer manz, eu não posso fazer nada.
- Eih. Já estás a desistir, ainda agora começas-te a tentar. Tens de a conquistar, fazer com que ela não tenha dúvidas de que pode ser feliz contigo e que nada é impedimento. – disse referindo-me já em grande parte á doença dela
- E se não conseguir conquistar ela?
- Então, onde está o meu mano que tem a mania que todas as miúdas se rendem aos teus encantos.
- Cê sabe que eu não sou assim.
- Sim. Tava a brincar. Mas não desistas já. Pelo menos tenta.
- Cê acha que posso ter hipóteses?
- Acho.
- Não sei.
- Desculpem, eu saio já. Vim só buscar uma roupa. – disse a Leonor entrando no quarto
Narração da Leonor:
Acordei com o Ruben a mexer-se, não o culpei, afinal já era hora de acordar. Ainda andamos na brincadeira um com o outro e era quando ele estava a atacar-me com cócegas sobre mim que a Joana e o David entram pela porta do quarto sem bater e super apressados. Ainda pensei que podiam ter percebido alguma coisa errada, mas afastei a ideia assim que começaram a discutir. Levantei-me e a Joana abraçou-me, sai com ela, fomos até ao quarto e ela não me largou nem por um minuto…
- Mana, o que se passa?
Ela não falava…
- Joana, podes falar. Fala comigo… - pedi finalmente
- Eu… - disse ela começando a derramar algumas lágrimas
- Calma. Conta-me o que é que se passou. – disse limpando-lhe as lágrimas
- Fiz tudo mal. – respondeu afastando-se de mim… e seguindo para a janela. – Ontem á noite eu não consegui-a dormir e depois ele veio ao meu quarto…E eu fingi que dormia, mas depois dele me tocar, pedi para que fica-se comigo… e ele ficou, mas de manhã… -choro começou a intensificar-se.
- Joana, calma…
- De manhã ele disse que tínhamos de falar do beijo, e eu num impulso beijei-o. Confessando depois que não podíamos… Ele começou a exigir que eu lhe disse-se que aquilo não significava nada…
- Por isso é que entras-te daquela maneira no meu quarto…
- Sim, desculpa…
- Eih. Não tens de pedir desculpa. Tens é de te animar… e de falar com ele.
- Não. Não quero… Não posso.
- Podes… Pára de fazer com que tudo seja complicado. Tu tens um problema, não morreste Joana, tens uma vida inteira para viver. Não te inferiorizes, não digas que não podes viver, que não podes amar, que não podes ser feliz, não digas que a vida acabou… Não, a vida não acabou, tu podes amar, tu podes ser feliz, tu tens o direito de viver. E tu estás apaixonada, eu sempre ouvi dizer que é a melhor coisa do mundo. Tu queres tanto isto… Não digas que não podes. Arrisca… Deixa-te levar.
Ela abraçou-me fortemente… Abraço que correspondi totalmente…