quarta-feira, 23 de maio de 2012

Capitulo 32 - A casa não é tua...



Entregou-me o telemóvel.
- Obrigada. – disse sinicamente.
- De nada. – respondeu-me muito calmamente.
- Diz-me que o Ruben não vem para cá. – implorou a Leonor.
- Não vem. – respondeu o David.
- Ele vem, não vem? – perguntei.
- Sim. – respondeu com toda a tranquilidade…
- Eu não acredito… - dissemos juntas…
- David, entende. Nós… não vamos… a LADO NENHUM.
- Cês não podem ficar aqui. – Disse olhando me profundamente.
- Claro que podemos.
– Podem ir para minha casa, arranjamos maneira- disse rapidamente.
- Não. – proferimos juntas…
Continuamos naquela discussão e poucos minutos depois batem a porta, o David já se encontrava junto dele abriu-a com cuidado…
- Ah, é você mano. – disse abrindo totalmente a porta.
- então mano?
- Eu não acredito que vieste mesmo.
- Claro, parece que as meninas são muito teimosas.
- Olha outro.
O David baixou-se e pegou em algo do chão e quando se levantou percebi o que era…
- As nossas camisolas… - disse-mos ao mesmo tempo, retirando as da mão dele.
- Oh… Não pode…
- Pouca vergonha…
Vestimo-las… e apesar de estar-mos destroçadas com o que lhes acontecera não queríamos que chorar, perante eles… e muito menos preocupa-los…
- Vá ficou mais original. – disse a Leonor a rir.
- Deviam ser portistas. – comentei.
Rimos e sentamo-nos no sofá…
- Mas isso é outro assunto, vocês não ficam aqui.
- Ficamos sim.
- não quem entra uma vez entra duas. E podem quer fazer mal pra vocês.
- E ainda é a mesma fechadura. Eles não roubaram tudo. Podem voltar. Nem pensem que tolero que fiquem aqui.
- Oh pah, mas onde é que está a porcaria do comando. Não me digam que levaram i comando e deixaram a televisão. Espertos.. – disse a Leonor toda atarefada á procura do comando.
Não conseguimos conter o riso perante aquele seu jeito.
- Não sei porque haveriam de voltar, para roubar o quê? – perguntou a Leonor já sentada no sofá.
- Então Leo, o microondas, o frigorífico, a televisão… - brinquei
- Sim, porque levaram o comando, devem vir buscar a televisão. Ainda podem levar as cadeiras, mesa… Mais vale contratar-mos uma empresa de mudanças para ser mais fácil.
- Mas vocês ainda brincam com estas coisas…!
- Cês são passadas.
- Meninos, entendam uma coisa simples, nós não vamos a lado nenhum.
- Ora, podem vir para casa dos meus pais. É grande e tem espaço suficiente é perto da universidade. Até podem ir com o Mauro.
- Ruben, não… - disse calmamente.
Ele não ligou pegou no telemóvel.
- Ruben, nem penses… - disse a Leonor tentando roubar-lhe o telemóvel.
- Ele não tem o direito. – disse quase num sussurro.
Nós sempre detestamos estar em casa de outras pessoas a incomodar, ainda por cima nem conhecemos bem a família dele.
- Não á discussão. – proferiu o David olhando-me…
Assim que despertei do transe em que o olhar do David me provocou, vi o Ruben desligar a chamada.
- Estão á vossa espera. – proferiu vitorioso.
- Isso não se faz. – disse mostrando-me zangada.
- Pô a gente se preocupa com vocês, é assim difícil entendê? – disse o David exaltado.
- Calma mano.
Eles ficaram a olhar-nos…
- Ok, ok… desculpem. – disse a Leonor.
- Desculpem. - seguia-a
Seguimos até ao quarto. Entrei no meu quarto, peguei num saco desportivo e coloquei lá o que iria precisar, pijama, roupa para o dia seguinte, objectos de higiene pessoal. Tirei a camisola do David e com elas nas mãos vi o seu nome… Embora rasgado… ‘‘David Luiz’’ Era isso que ele era, uma pessoa inalcançável, o David Luiz. O xerife do plantel da luz. Um jogador de futebol, um mundo diferente, onde as pessoas são substituídas por estrelas, a estrada em paralelo onde ando a passar transforma-se me passadeira vermelha para eles passarem. Secalhar aquilo era obra do destino, queria que eu percebe-se que aquilo era errado.
Deixei os meus pensamentos e voltei á sala… a Leonor surgiu logo atrás de mim, o que fez com que nos cruza-se mos no corredor…
- Lá terá de ser… - disse tentando conformando-nos
- Amanha resolvemos isto.
- Até lá…- iniciei.
- Aguentamos. – dissemos juntas
O Ruben apareceu…
- Meninas, é perigoso… - disse calmamente
- Sim Ruben, nos percebemos. – disse calmamente
- Nós não queremos dar trabalho. Nós ficamos bem aqui.
- Façam-no por mim. Só se estiverem a salvo é que consigo dormir descansado. Por favor. – Disse calmamente.
Abracei-o…
- Obrigada. Pela preocupação, pela protecção, e pela tua amizade.
- Ruben obrigada.- Seguiu-me a Leonor.
Pus fim ao abraço ao Ruben e vi que o David já se encontrava ao pé de nós.
- Ruben, cê as leva?
- Sim, claro.
- David obrigado. – disse a Leonor.
- Por tudo. – Disse olhando-o nos olhos.
Segundos em que estivemos envergonhados no olhar um do outro até que desviei…
- De nada. – respondeu
- Vem, vamos. – disse o Ruben
- Vamos.
Saímos e despedimo-nos do David e seguimos até casa dos pais do Ruben. O silêncio ainda se instalou mas demorou pouco tempo.
- Ruben, a sério, nós podemos ir para um hotel, já que não podemos ficar em casa.
- Sim, nós não queremos dar trabalho aos teus pais.- continuei
- Não se preocupem. E fiquem á vontade. Mi casa ser sui casa.
- A casa não é tua, é dos teus pais. – respondi…
- Esqueçam isso.
Fomos entretidos com a rádio e a música que lá iam passando quando ele parou o carro.
- Chegamos. – proferiu
Saímos muito caladas e calmamente… Parámos logo depois.
- Vêem ou não? – perguntou
- Ruben, não queremos dar trabalho. – admitiu a Leonor.
- A minha mãe vai adorar. Ela sempre quis ter raparigas, mas saíram 2 rapazes… Por isso é que quer noras rapidamente.
- Mesmo assim. Ela não vive sozinha – disse eu
- Há o teu pai, o teu irmão… - continuou a Leonor o meu raciocínio.
- Mas vocês acham que o Mauro se importa de ter 2 beldades no quarto ao lado?
- Disso podes ter a certeza que não me importo nada…  - disse o Mauro aparecendo do jardim – é com todo o gosto.
- Meninas, não ligue. Vamos que amanhã têm um grande dia pela frente…- disse o Ruben.
- Se precisarem de boleia… - disse o Mauro pegando nas nossas bolsas… - digam… Mas primeiro é melhor instalarem-se no quarto ao lado do meu ou… na minha cama…
- Oh Mauro… Não as afugentes… - pediu o Ruben.
- Oh, Ruben. Ele até nem é nada que se deite fora… - disse a Leonor.
Eu olhei para o Ruben e ele pareceu-me estar se a fazer de forte… Encarei-a e ela apenas me sorriu de leve…
- Vamos? Acho que preciso de descansar. – disse
- É melhor… - disse o Ruben olhando a Leonor. 
Caminhamos para a entrada e a porta estava encostada. O Ruben entrou e o mauro entrou de seguida…
- MÃE… CHEGARAM. 

*Esperemos que gostem...
                           Manas BC*

terça-feira, 3 de abril de 2012

Capitulo 31- Regresso as aulas...


Narração da Joana:
O almoço correu muito bem, apesar do que tinha acontecido de manhã, consegui por algum tempo, não pensar no que tinha acontecido… Os pais do Ruben são pessoas magníficas, e o irmão dele também, muito brincalhão, são todos muito simpáticos e muito queridos. Afinal o Ruben tinha de sair a alguém... Saímos de casa dos pais dele, para ainda ir-mos fazer umas compras, um material que necessitávamos visto que amanhã começavam as aulas. Ainda nem estava a acreditar, pessoal novo, um ano de escolaridade novo, uma vida nova, quase…
 Fomos até á Staples Office Center…
Chegamos para á staples, no carro do Ruben
Entramos na staples… Pegamos num carrinho, ao qual o David tomou a sua condução.
Começamos a colocar as coisas que nos eram necessárias.
- Eih, ainda me lembro de quando era muleque e comprava material novo. – disse o David.
- Eu também. Os cadernos vazios – disse o Ruben pegando num caderno e folheando enquanto cheirava…
- Meninos, menos drama, sim?
- É daqui a pouco começam a chorar e toda a gente repara em vocês. Capa de revista “ Jogadores do Sport Lisboa Benfica com saudades das aulas”. – disse expressando a ideia…
- E depois o Jesus lá vos iria ter de vos colocar na escola para não amuarem. – completou a Leonor.
Começamo-nos a rir com a maneira que ela disse.
Continuamos a colocar o material, e o nosso percurso pelos corredores continuou, peguei num caderno de argolas A6, como era sempre habitual em mim…
- Cê tâ pensando estudar com esse caderno minúsculo?
- Claro que não. – respondi olhando-o, e repreendendo-me por o ter feito.
- David, a minha irmã tem a mania de andar com um caderno atrás aponta frase e coisas importantes. Não te preocupes que eu também não percebo.
- A isso chama-se organização. - disse o Ruben em meu auxilio.
- Explica lá isso a eles. – respondi sorrindo para o Ruben.
É certo que nem toda a gente andava com um caderno minúsculo para apontar as coisas importantes frases feitas interessantes, pensamentos, todo o que fosse interessante e importante…
Continuamos nas nossa compras, e íamos completando com o carrinho colocando o que ainda faltava… Algumas capas e folhas….
- Não há mochila? – perguntou o David vendo que nos dirigíamos á caixa…
- Para a universidade? Não. Se for preciso temos bolsas, afinal, somos mulheres.
- Tem vantagem.
- Depende dos dias. – fiz uma cara estranha.
- Percebemos.
Rimos…
 Continuamos e pouco tempo depois já tínhamos tudo… Dirigimo-nos á caixa.
 Pagamos e eles não passaram despercebidos á senhora, bem, senhora não, era pouco mais velha que nós. E como os olhou mais atentamente, percebeu, quem eram. Eles lá lhes deram um autógrafo e sorrisos.
 Depois de sairmos…
- Por muito que disfarcem, são sempre reconhecidos.
- É mau.
-É nada. É  sinal que o vosso, trabalho é reconhecido, que as pessoas gostam de ver.
- Algumas, gostam até demais.
- Isso… - ri.
- Bem. Eu estou no ir. Entregas as meninas?
- Não as perco de vista.
- Não queremos…
- Dar trabalho. – disseram juntos.
- Sim. A gente já sabe.
- Xau. – deu-nos dois beijos e despediu-se do David com um comprimento de não e um braço.
 Nós dirigimo-nos para o carro do David. Entramos e ele dirigiu até nossa casa que ficava pouco longe da dele…
- Estão entregues.
- Não queres subir? Beber um café.
Confesso que por um lado estava feliz por ainda não me afastar dele, mas por outro lado apetecia-me matar a Leonor…
- Não sei.
- Oh deixa-te disso. Bora.
Ele lá acabou por aceitar… Saímos do carro e dirigimo-nos á porta do prédio, para depois entrar-mos no elevador. A porta do eleva dor voltou a abrir. Mas quando a vista permitiu ver-nos claramente a porta do nosso apartamento.
- Fechas-te a porta?
- Claro que fechei.
O que era certo era que a porta do apartamento estava aberta.
- Fiquem aqui. – ordenou o David com um tom de voz severo, entrando no apartamento.
- Vamos ficar aqui?
- Não sei, mas…
Fica-mos ali a olhar-nos e a olhar a porta a espera que David sai-se e atentas a quaisquer ruídos que podiam sair daquele apartamento. Do nosso apartamento. Não havia barulho… E passado pouco tempo, sai de lá o David…
- Acho melhor verem isso. – disse calmamente.
Fomos até junto dele e entramos finalmente no apartamento. As coisas estavam todas partidas… Encontramos tudo revirado, mexido, partido, falta de coisas…
Caminhamos até ai quarto e vimos tudo como na sala, tudo mexido e remexido. Voltamos á sala.
- Parece que fomos assaltadas.
- Roubaram muita coisa?
- Portáteis, ipod’s, playsatation, wii …
Deixei-os na sala e fui até á cozinha para tirar os cafés… Mas apercebi-me logo que também roubaram a maquina de café… Entre outras coisas…
- Máquina de café…- disse mal entrei na sala.
- Lá se vai o café do David.  – disse a Leonor a rir.
- Cês tão brincando com coisas serias.
- não podemos chorar.
- Mas tens razão, desculpa . Vamos arrumar isto. – Lá começamos a arrumar com a ajuda do David…
- Onde vão dormir está noite?
- Aqui… - dissemos juntas…
- Cês nem pensem numa coisa dessas. – proferiu o David com a voz um pouco exaltada.
O um telemóvel começou a tocar….
- Sim?
- ‘ Olá Joaninha!’
- Ruben, olá!
- ‘Já estão em casa?’
 - Sim. Já chegamos.
- ‘ E está tudo bem?’
- Claro que está tudo bem. – disse olhando para o David…
-Não, não está. – Gritou o David.
- ‘ o David está aí?’
- Convence-o de que ficamos bem…
- ‘ O que é que se passa? Passa o telemóvel ao David?’
Entreguei o telemóvel ao David… e fiquei com a Leonor a olhar para ele…
- Não, não ta tudo bem. – pausa… - Passa que estas meninas, acabaram de ser assaltadas e dizem que vão ficar cá.  – Pausou olhou para nós… - ok, Até já Manz.

* Esperemos que gostem...
                           Manas BC*

domingo, 4 de março de 2012

Capitulo 30 - O almoço





Narração do Ruben:

 Chegamos a casa dos meus pais e depois das apresentações, estivemos á conversa… Uma conversa normal, lembrei-me então da Leonor e do que tinha acontecido hoje de manhã. Eu não devia tê-la tratado assim, ela estava de certeza chateada comigo e com razão. Afinal ela só estava a tentar ajudá-los…

Estávamos á conversa na sala, quando a campainha tocou e fui abrir. Eram o David e a Leonor. Eles entraram e pedi desculpa á Leonor pelo que tinha dito, desculpas que ela por fim aceitou e ainda demos um daqueles abraço mesmo á crianças…

Ela entrou, vi que era o Mauro que me estava a ligar aprecei-me a atender…

- Mauro!

- ‘ Olá mano, é só para avisar que sou capaz de chegar um bocadinho atrasado ao almoço. Desculpa.’

- Tudo bem. Não faz mal. Até já.

- ‘Até já.’

Segui para a cozinha onde eles estavam a conversar com a minha mãe, tentei parecer sempre animado e depois da minha mãe ter negado a oferta delas para a ajudarem seguimos par a sala…

Sentamo-nos no sofá… Ia conversando com a Leonor, eles não se pronunciavam…

- Estão muito calados.

- Não temo nada pa dize manz. – respondeu-me o David cabisbaixo

- Agora, vocês podem ter. – insinuou a Joana

- Outra vez isso? – dissemos eu e a Leonor ao mesmo tempo

E por fim, eles sorriram…

- Já combinam e tudo.

- Cês não tão mesmo escondendo nada pa gente?

- Não. – respondeu a Leonor

E nesse momento a porta de casa abre-se… Era o meu pai.

- Bom dia. – disse sorrindo

- Bom dia. – respondemos

- Muito bem acompanhados os meninos.

Olhei-as e elas coraram…

- Eu sou o Virgílio, pai desta peste.

- São a Joana. – apontei e ele cumprimentou-a com dois beijos – E a Leonor. – fez o mesmo e cumprimentou também o David

- Acho que vai ser um bocado difícil saber quem é quem, mas…

- Não faz mal. Já estamos habituadas. – respondeu a Joana.

- Sim, não se preocupe.

- Então que se passa contigo David? Estás muito estranho rapaz.

O meu pai percebeu… Também não era difícil. O David que sempre foi animado por si só, estava cabisbaixo…

- Nada não. É só cansaço, dormi mal essa noite.

Deu uma desculpa esfarrapada… Mas o meu pai não ficou nem um pouco convencido, já conhecia o David suficientemente bem…

- De certeza? – perguntou desconfiado

- Claro. - sorriu

- Se tu o dizes.

- O almoço está pronto. Para a mesa.

Levantamo-nos e fomos para a mesa…

- O Mauro?

- Vai chegar atrasado.

- Namorada nova?

- Que eu saiba não. Mas com ele nunca se sabe.

- E vocês meninos, também não á namorada nova? – pelo tom de voz insinuou mesmo alguma coisa

- Não. – respondemos eu e o David ao mesmo tempo, que também deve ter percebido o que o meu pai quis dizer

- Oh, meu filho, ainda não é agora que tenho uma nora? E não é tão cedo que tenho netinhos?

- Ui. Onde ela já vai.

- Então Ruben, tens que começar a pensar nisso. – disse a Joana

- É manz. Tá na idade. – gozou-me

- Se calhar ninguém me quer como sogra

- Oh. Você daria uma sogra fantástica. – disse a Leonor

Ia falar… Mas fui interrompido…

- Se calhar ninguém quer é o Ruben. Talvez o problema seja ele, que não consegue arranjar namorada. – disse o Mauro entrando na sala

- Olha que eu não sou filho único. – ripostei

- Tinha que sobrar para mim.

- Tu é que provocas-te filho. E ele tem toda a razão. – respondeu o meu pai

- Não, não tem.

- Então quando nos apresentas a tua namorada? – desta foi a minha mãe

- Estou cheio de fome. – desconversou

- Á quanto tempo? – piquei-o

- Ruben? – advertiu a minha mãe

- Desculpa. – pedi

- Então as famosas manas, Joana e Leonor. Sou o Mauro. – sorriu-lhes

Elas olharam-no com admiração, afinal, ele sabia o nome delas.

- Deixem-me adivinhar. Como é que sei os vossos nomes? Já ouvi falar muito de vocês. – sorriu

Estava para mata-lo… Eu tinha-lhe falado nelas, sim… Mas em nada de muito especial, ele estava mesmo a ver se me enterrava.

- Não é maninho? – decididamente estava a vingar-se – Mas duas? Não te chagava uma? Tá bem que elas são iguais… e lindas… e giras… com um…

- Estás a atirar-te a nós? – perguntou a Leonor interrompendo-o

- Se não o fizesse é porque não estava bom da cabeça.

- Eu não acredito que estás a fazer isso!

- Desculpa, eu não sou como o meu irmão.

- O que tem o teu irmão? – perguntei

- Para seres amigo delas á tanto tempo.

- O que é que tu queres dizer com isso?

- Que ou andas chego, ou viras-te.

- Mauro!? – a minha mãe e o meu pai interferiram

- E o David também. Só falo do Ruben. Vocês têm a certeza que ainda jogam neste campeonato?

- Mauro, não estou a gostar. Estás a envergonhar as meninas.

- Deixe Bela. O Mauro fala, fala, mas quem não deve andar neste campeonato é ele. – disse a Leonor

- Só tem garganta. – completou a Joana…

Risota total… Os meus pais ficaram admirados com a espontaneidade delas e não resistiram também… Já o Mauro não achou muita piada, ficou a olhá-las incrédulo.

- Acho que cê ficou mal agora.

Ele não respondeu, continuou a comer… Continuamos com o almoço, mas os meus pais começaram com as perguntas…

- Então e os meninos, levaram estas lindas meninas ao jogo? – perguntou o meu pai

- Pa verem aquele resultado nem valia a pena. – disse o David

- Só se for para passar vergonha. – continuei

- Nós fomos. E não jogaram nada mal, aquele arbitro é que, enfim.

Instalou-se um silêncio naquela sala…

- Bem, o almoço está óptimo Bela. – disse a Joana para quebrar o silêncio

- Obrigada.

- Sim, agora já percebi porquê que o Ruben é assim tão gordo.

- Comidinha da mamã. – disseram juntas

- Gordo? – disse admirado – Estou ofendido. – fingi um amuo

- Realmente manz. Tem uma barriguinha. – disse rindo

Todos riam da situação…

- Goza comigo agora. Isto, não são pessoas, isto é o diabo em forma de miúdas bem… - a minha mãe interrompeu-o

- Vê lá o que vais dizer.

- Miúdas bem-educadas, simpáticas, mas sabem-na toda.

- Ah… Claro.

- Mas então e as meninas, que idade têm? E o que fazem? – perguntou o meu pai

- 17… Ainda estudamos.

- E são de cá?

- Não. Somos de Barcelos, Braga. Mas com a universidade e a proposta do Benfica, viemos para cá.

- Proposta do Benfica? Escapou-me alguma coisa? – disse a minha mãe

- O grande motivo para ter-mos vindo para cá foi a proposta para atletas de voleibol do Benfica.

- Muito bom. Temos de ver um jogo.

- Teremos muito gosto. - sorriu

- E estão cá sozinhas?

- Sim. Era uma oportunidade única. É o Benfica e nós adoramos voleibol. Viemos atrás de um sonho basicamente. – respondeu a Joana

- Nós estamos aqui para vos ajudar, sempre que precisarem.

- Muito obrigado.

- E onde moram, as meninas?

- Em Alvalade.

- Então David á que tomar conta das meninas, sempre estás mais perto delas.

- Tomo sim. – sorriu e olhou a Joana

A conversa foi fluindo entre muito riso… A Joana e o David pareciam ter esquecido o que tinha acontecido esta manhã, pelo menos por algum tempo. Pois mais cedo ou mais tarde iriam ter de falar sobre o assunto.

Queria falar com o David saber como ele está, mas também não queria insistir, ele ainda pensava que me estava a meter na vida dele mais do que o que devia e se falasse sobre isso iria abrir novamente a ferida… Deixei assim, falo com ele amanhã, afinal hoje está tudo a correr melhor, não adianta estragar isso, ele já se lembra por si só… Mas custa-me tanto vê-los a afastarem-se assim, sabendo que gostam um do outro. Ainda não sei qual a doença da Joana em concreto, mas o que vi é grave, mas ela faz com que isso a prenda, faz com que pareça que a vida acabou. Queria tanto poder mudar esse modo dela pensar, não consigo vê-la sofrer e fazer o mano sofrer quando se amam. Porque já todos percebemos que eles se amam… E tenho medo que o David desista dela…

Depois de almoçar-mos e arrumar-mos tudo, sentamo-nos a conversar mais um pouco até que saímos…


Esperamos que gostem
                   Manas BC*

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Capitulo 29- Culpadas



A porta abre-se, e uma mulher aparece e abraça o Ruben. Presumi que fosse a sua mãe.
- Filho, estás bem? – disse preocupada e olhando-o atentamente
- Sim.
- Mesmo? – insiste aquela mulher com uma preocupação maternal normal.
- Sim, mãe.
- Olá. – disse olhando-me – desculpa não te ter cumprimentado mas é que este meu filho ontem não estava em casa e como tinham perdido o jogo fiquei preocupada.
- Olá, eu sou a Joana. E sou a culpada. Eu e a Leonor raptamos o Ruben e o David para os tentarmos animar e depois acabaram por ficar lá em casa, porque Já era tarde.
- Eu sou a mãe desta criança grande, Anabela. – disse aproximando-se e dando-me 2 beijinhos.
- Prazer.
- Já percebi porque é que os meninos me trocaram por vocês. Afinal são bonitas, simpáticas, amigas… pelo que já percebi… - disse olhando para o Ruben
- Ah! Obrigada. É o mínimo. O Ruben tem sido o meu porto de abrigo ultimamente, preciso dele bem.
- Ok. Fico mais descansada. O David? – perguntou ao Ruben
- O David foi a casa.
- E trás a Leonor. – completei
- Entrem…
Narração do David:
Depois de sairmos, dirigi até minha casa…
- Eu vou só tomá um duche. Já volto. – disse caminhando corredor fora
- Sim, já sei ‘fica á vontade’.
- Já volto. – dirigi-me até ao quarto onde seleccionei uma camisola e uma calças de ganga.
Dirigi-me para o banheiro, e depois de entrar na água… lembrei-me da noite passada em que tivera com ela… que adormeci com ela, tive-a nos meus braços e depois de um erro, voltei a perde-la… despertei, saí do banheiro, me arrumei e depois de arrumar meu cabelo também, fui ter com a Leonor…
- Ui, isso é tudo para provocar a Joana? – disse mal entrei na sala
- Não tou bem, é isso?
- Tás muito bem. Mas acho que tamos atrasados…
- É provável.
Saímos e depois de entrar-mos no carro…
- David, eu sei que gostas da Joana, mas vai com calma…
- Eu acho é melhor nem ir…- confessei
- Não desistas…
- E quer que faça o quê? – perguntei
- Quero que vás com calma, e que tenhas paciência… e que saibas que ela também gosta de ti… Mas está assustada…
- E então o que quer que eu faça?
- Nunca ouviste falar em conquistar a donzela?
- Ouvir, ouvi mas não sei o que é o que hei-de fazer…
- Dá uso a essa cabecinha, que não serve só para ter caracóis fofinhos…
- Chegamos. Preparada pra conhece a senhora que concebeu o menino com quem passou a noite? – fugi ao tema que nos tinha feito gerar aquela conversa desde que saimo de minha casa
- O David, não venhas com isso. Não se passou nada.
- Já me calei, vamo…
Saímos e caminhamos até á porta. Toquei á campainha e o manz nos abriu a porta…
- Entrem…
Entrei e fui ter com a D. Anabela que se encontrava na cozinha com o Sr. Virgílio mas não vi a Joana…
Narração da Leonor:
Depois de termos saído de minha casa, passamos por casa do David para ele se trocar e depois seguimos para casa dos pais do Ruben… Quem nos abriu a porta foi o Ruben e olhou-me automaticamente, com uma expressão que não consegui decifrar…
- Entrem…
Assim que o ouvi dizer isso, entrei sem o encarar…
- Leonor. – disse agarrando-me o braço, fazendo com que ficasse de novo frente a frente com ele
- O que é que tu queres? – disse friamente
- Olha, nada. – respondeu-me no mesmo tom e soltando-me o braço
- Desculpa. – disse baixando o olhar – Eu não devia ter-te dito o que disse esta manhã e sim, tens razão, eu não tenho o direito de me meter na vida deles. Eu só estou preocupada com a minha irmã e com o David também. Porque se eles estiverem bem, a Joana fica bem, ela gosta dele e eu não queria que aquela conversa fosse assim, naquele momento, ia ser pior… - olhei-o pela primeira vez e ele olhava-me e ouvia o que lhe dizia atentamente – Tenta perceber-me.   Desculpa, eu não devia ter falado daquela forma de manhã… - disse
- Eu também tive culpa, desculpa.
- Desculpado… - disse
- Desculpada. Olha, vai entrando enquanto dou um jeitinho lá dentro…
- Vai lá. – respondi
Segui para a sala e como não encontrei ninguém, segui o barulho e fui encontra-los na cozinha…
- Então, Joana trocou de roupa?
O David olhou automaticamente para mim, mal ouviu o nome da Joana…
- Eu sou a Leonor.
O David sorriu-me…
- Desculpa. – pediu-me
- D. Anabela esta é a Leonor.
- Prazer. D. Anabela.  – disse sorrindo e cumprimentando-a com dois beijos
- Bela chega. - sorriu
- Vou tentar. - sorri
A Joana entra na cozinha e o David prende o olhar nela… E eles olham-se profundamente… Tinha-se feito silêncio naquela cozinha, parecia que nem de propósito, para os olhares deles se encontrarem sem ninguém para os interromper… O silencio foi quebrado pela D. Anabela…
- Bem, vocês são mesmo iguaizinhas. Não percebo como alguém vos distingue.
- As únicas pessoas que conseguem fazer essa proeza, somos nós. – disse o Ruben entrando na cozinha
- Bem, que convencido. – disse a Joana dando-lhe uma cotovelada
- Não, sou apenas realista.
- Claro! – disse-lhe ela
- Bem, eu vou acabar o almoço, vão para a sala conversar.
- O Mauro disse que ia chegar um bocado atrasado. – disse o Ruben
- Ok.
Eu e a Joana oferecemo-nos para ajudar e seguiu-se a discussão que ’os convidados não ajudam’… E não conseguimos mesmo ajudar…
- Já percebi a quem sais assim tão teimoso. – disse ao Ruben, enquanto nos dirigíamos para a sala
A Joana e o David calaram-se, apenas se olhavam o que já não conseguiam disfarçar… Sentia que ele estava a sofrer por ela… E sentia que o tinha de ajudar, a minha irmã não me ouve, é mesmo teimosa… Chegamos á sala e sentamo-nos… Eu e o Ruben ia-mos pegando um com o outro…

*Esperemos que gostem 
                          Manas BC*

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Capitulo 28 – Poupa os elogios para o David




- Podes fugir por agora, mas não vais conseguir fugir por muito mais tempo. – o Ruben interrompeu o silêncio
- Eu sei. – disse entristecida – Além disso eu ainda sou menor é crime. – tentei desviar o assunto
- Menor? Mas estás na universidade.
- Nascemos em Novembro, entramos mais cedo para a escola.
- Ah… Novembro! Só faltam dois meses.
- Ruben… Ele… Tu… Vivem noutro mundo, um mundo muito diferente ao que fui habituada e ao que quero para mim. – respondi sendo sincera
Não quero partilhar a minha vida com o resto do mundo, não quero estar na boca das pessoas, não quero ter a imprensa andar atrás de mim. Não quero entrar no mundo deles, dele… Só queria a ele… sem cognome sem reconhecimento. Só e simplesmente ele.
- Talvez. Mas também estás a entrar nele e não é através de mim ou do David. – respondeu-me logo… E eu sabia que aquilo não era mentira. Mas também não era exactamente verdade. O futebol é muito mais mediático e move muito mais mundo que o voleibol. Não me queixo, assim ainda podemos andar na rua e passear sem ninguém nos reconhecer e á vontade e os nossos jogadores de futebol não o conseguem. Pois á sempre alguém que reconheça o seu trabalho e que os acarinhe.
- Ruben, não é igual. – acabei por responder
- Não é igual? Porque ele tem muitas fãs ou porque tu não queres estar com ele?
Eu não quero estar com ele? Como é que ele pode dizer uma coisa dessas? Ele não percebe ou esta a provocar-me…
 - Não percebes. Ele tem muitas mulheres. Porquê escolher uma que não se pode envolver completamente?
- Porquê?
- Porque não posso. Porque… - interrompeu-me
- Amá-lo? – perguntou-me olhando-me pelo canto do olho
- Ruben… - tentei intimida-lo repreendendo-o
- Amas ou não? – insistiu
- Amo. Quer dizer… não sei. Nunca gostei de ninguém. Mas ele mexe demais comigo. Faz-me tremer, faz-me quer abraça-lo, beija-lo… Mas não posso.
- Porquê? Porque ele merece melhor?
- Muito melhor. – disse olhando pela janela
- Pára de dizer que não és suficiente para ele. És tudo o que ele quer, o que ele precisa, neste momento ele só se sente bem do teu lado, ele precisa do teu sorriso, do teu olhar, da tua atenção … Eu conheço o David e eu nunca o vi assim, ele já não é o mesmo quando estás chateada ou muito tempo longe dele. Ele só te quer do lado dele, quer fazer-te feliz e ele consegue fazê-lo. – disse sem bacilar
- Ruben… - tentei calá-lo, já a lacrimejar
- E sabes porquê? – elevou o seu tom de voz, olhando-me nos olhos e eu nada disse – Porque ele te ama.
Aquelas palavras… Não consegui responder-lhe, aquilo deixou-me a pensar… Tínhamos chegado. Ele parou o carro olhou-me e só depois é que saiu. Sai com ele e entramos.
- Fica á vontade. – disse virando-se para o corredor, fiquei a olhar aquela sala… - E vai comer, sim?
- Sim, papá..
- Não gozes, ainda sou muito novo para ser pai…
- Se não andares a treinar…
- Come, que a falta de açúcar já te está a afectar. – disse voltando a caminhar pelo corredor
Ainda deambulei pela sala, e depois fui até a cozinha, preparei uma torrada e acompanhei-a com um copo de leite. Quando estava a limpar o que tinha sujo o Ruben entra…
- Já comes-te?
- Sim papá…
- Acho muito bem. – respondeu-me dirigindo se á entrada
Segui-o, e viu a ajeitar o cabelo em frente ao espelho.
- O meu papá está todo janota… assim vou ter de ter cuidado…
- Não gozes.
- A sério, estás muito bem. Mas permite-me a pergunta, e para alguém especial essa produção toda? É que eu saiba, só vamos almoçar a casa dos teus pais.
- Oh, Joaninha, ela pode estar em qualquer esquina, convêm andar sempre arranjado. Não queres que o papá fique sozinho…
- Não papá… Mas estás mesmo muito jeitoso.
- Poupa os elogios para o David.
- Tinhas de vir… Já estás? Podemos ir?
- Foge, foge… - disse-me já quando eu estava fora da porta…
Seguimos até ao carro, e quando estávamos a distanciar-nos…
- Ruben, tu não tens nada para me dizer? – perguntei antes que fosse ele a puxar um assunto.
- Eu?! Que eu saiba…
- Dormiste com a minha irmã… - elucidei-o
- Ah, isso… Oh não fizemos nada. Ficamos simplesmente a dormir no mesmo quarto…
- Sim. Não te esqueças é que entrei esta manhã sem avisar…
- Oh Joana, não penses nada… Simplesmente a tua irmã, provocou-me e eu ataquei-a…
- Desde que se protejam e tenham juízo…
- Não fizemos nada. – disse me ele logo com um tom de voz um pouco exaltado
- Ok, ok. Estou só a avisar. – defendi-me
- Chegamos. - proferiu
Caminhamos até a porta de entrada, e tocamos a campainha.
Enquanto esperávamos que nos abrissem a porta…
- Ruben, achas que estou bem?
- Joaninha, tas perfeita. A minha mãe não liga nada ao que as pessoas vestem.
- Mesmo assim.
- Estás perfeita. O pior que pode acontecer é teres o meu pai pelo beicinho.
- Nem brinques.

*Esperemos qe gostem...
                          Manas BC*