sábado, 22 de outubro de 2011

Capitulo 8 - 180º graus...




- Nós somos do clube.
- Joana e Leonor?
- Exactamente. – Respondeu a Joana.
- Tem aqui os vossos cartões. Precisam sempre deles.
- Ok.
- Boa sorte.
- Obrigada – agradecemos.
Iniciamos o caminho para os balneários seguindo as setinhas… mas ainda conseguimos ouvir o porteiro…
- Elas são idênticas…
Olhamos nos e começamos a rir…
Chegamos aos balneários entramos equipamo-nos. Já estava a prender o cabelo quando…
- Achas que vai correr bem?
- Tens duvidas? – Perguntei.
- Tenho.
- Não tenhas. Anda lá. – Disse ajudando a prender o cabelo. Ela colocou a fita no final.
- Vamos?
- Vamos. – Disse respirando fundo.
- Descontrai.
Entramos no pavilhão e a rede estava montada. Olhamos e não vimos ninguém. Por isso pegamos numa bola e começamos a dar toques, realizando um pequeno jogo entre nós.
- Estou a ver que não vos posso deixar a sós 2 minutos.
Paramos imediatamente e ficamos muito quietas. Mas a bola fugiu um pouco de nós e ai a Joana despachou-se apanha-la e a devolve-la.
- Desculpe. – Dissemos as duas.
- Estava a brincar. Eu sou o Pedro, o vosso preparador físico e massagista.
- E eu sou a Marlene, a vossa treinadora. – Disse entrando.
- Prazer. – Dissemos.
- Bem, vocês são idênticas. – Sorrimos.
- Como vos distinguimos? – Disse a nossa nova treinadora.
- Não distinguem. Não temos nenhuma diferença – disse a Joana.
- Terão de confiar em nós. Ou tentar diferenciar as nossas personalidades. – acabei por dizer.
- Mas os nossos pais ainda andam a estudar essa hipótese. – Disse a Joana.
- Ok. Lá teremos de confiar em vocês. – Disse a Marlene.
- Nós temos equipamentos diferentes. – Disse a Joana
- Quando usarmos o do clube. Vem os nomes atrás. – Continuei.
- Muito bem. – disse o Pedro - vamos fazer uns joguinhos, vocês contra nós?
- Ok. – respondemos
- Começam vocês. - Disseram passando a bola.
A Joana foi a servir e o jogo não levou muito tempo. Acabou 25-10. Ganhamos.
- Vocês jogam mesmo bem. – Disse o Pedro.
- Obrigada. Vocês também. Embora um pouco… desorientados. – Concluiu a Joana.
Depois disso estivemos no escritório, a ver e combinar os horários, ver os dias de jogos e marcar a apresentação, e os respectivos exames.
No final do treino, regressamos a casa e demos de caras com os nossos pais á porta do prédio, corremos para eles. Começamos logo a matar saudades e logo depois subimos carregados de tralha e mais tralha… Deixamos tudo meio espalhado pela casa e fomos passear um pouco por Lisboa, afinal eles tinham de regressar ainda nesse dia… Vida de dentista e cabeleireira não permite ausências muito duradouras… Ainda por cima o meu pai tinha uma conferencia… Aproveitamos o dia e no final lá nos despedimos e voltamos para o apartamento…
Os dias foram passando e o dia da apresentação chegou… Estava nervosa, ainda por cima, não tinha os pais cá a assistir. Chamem-me lamechas, mas estava habituada a ter os meus pais por perto. Sim, é uma nova fase da nossa vida, um dia teria de acontecer mas custa sempre…

Narração do David:
A época terminou e a time não conseguiu alcançar mais que um 3º lugar. Desde que a nossa vida pessoal ficou exposta nas revistas cor-de-rosa, baixamos o rendimento. Por mais que nos digam que a vida pessoal não pode atrapalhar a profissional. Isso nunca acontece. Mas o que não tem remédio, remediado está. Agora tínhamos era de manter a cabeça levantada e pensar na pré-época e na próxima época. As férias tinham acabado.
Depois de acordar, arranjei-me e estava a tomar o pequeno-almoço quando alguém toca a campainha, quando vejo quem é através da câmara, nem quis acreditar. Era a Raquel. Como é que á uns meses não conseguia estar longe dela nem 1 minuto e agora nem a posso ver? Ignorei. Coloquei um pouco de música brasileira e aproveitei para fazer uns exercícios… O meu telemóvel começou a tocar… Vi que era o Ruben, baixei o volume da aparelhagem e atendi.
- Oi… - Disse- bom dia mano.
- “Bom dia. Que me dizes de um jantar, logo com a equipa?”
- Por mim – disse… e a campainha tocou.
- “Eu deixo-te em paz. Vai lá abrir a porta.”
- Não, deixe estar, á pessoas que não valem a pena. Tens companhia para almoçar?”
- “Não… Devia?”
- Não sei, quer vir almoçar cá. Depois seguimos para o treino.
- “Ta bem, na falta de companhia melhor.”
- Pobre e mal agradecido. Fico á tua espera.
-“Até já”.
- Até já mano.
Desliguei, fui preparar o saco e quando vou a fecha-lo vejo o cascol do Benfica, cascol que uma adepta de Barcelos me deu. Recordei o momento… ela era linda, mas dificilmente a voltarei a ver novamente. Fechei o saco e dirigi-me para o banheiro. Tomei um banho refrescante e quando regressei ao quarto aquele cascol reteve novamente o meu olhar. Dobrei-o e coloquei-o no bolso de fora do saco. Arranjei-me e fui preparar o almoço. Estava a pôr a mesa quando o Ruben tocou á campainha. Abri e depois de uma breve saudação seguimos para a cozinha onde ele acabou por pôr a mesa, enquanto eu botava um olhinho á comida.
- Tás a ficar um verdadeiro dono de casa. – disse-me
- Na falta da donzela… Tive de me fazer á vida… - respondi-lhe.
 Ele encolheu os ombros e perguntou-me se já tinha visto os jornais de hoje. Como ele já esperava a minha resposta foi “Não”. Ele informou-me que ia buscar o laptop e que já voltava. Quando regressou…
- David, que fizeste ao cascol? – perguntou 
- Tá no saco.
- Pensei que te tinhas desfeito dele.- disse num tom de alivio.
- Secalhar era o que devia. Mas não consigo. Secalhar se a vir já não a reconheço.
- Ela mudou mesmo a tua vida…
- Pois. Depois daquele jogo nada foi igual. Mas acho que cresci. Valeu a pena.
- Bem… o Benfica vai criar uma equipa de volei de praia. Pode ser que as raparigas até sejam simpáticas.
- Ou não. Só espero é que o mister não nos arraste para lá.
- Pois, também não tou cabeça, mas elas são de Barcelos.
- E a probabilidade de serem as donas dos cascóis é quase nula.
- Pois, realmente. – Ele disse fechando o portátil. – Isso ainda demora?
- Já vai mano. Calminha… - desliguei o fogão e levei o tacho para a mesa.
Almoçamos ao ritmo de uma boa conversa. No final levantamos a mesa e seguimos para a caixa. O treino era á porta aberta. O primeiro treino de porta aberta. Ainda a procurei nas bancadas mas foi em vão. O que valeu é que o treino correu lindamente, este ano, ninguém nos para. Quero dar tudo por tudo. Quero voltar a vê-la. Quero que ela festeje cada golo da equipa. Cada vitória do clube. Quero poder dar o melhor de mim em cada jogo. Quero levar este clube a ser campeão. Quero ser campeão. Estes são os meus desejos para a próxima época que aí vem. Que em breve vai começar. Quero brilhar. Quero ser feliz ao menos profissionalmente.
O treino acabou com a vénia habitual e estava a dirigir-me para o balneário quando o mister nos alcançou e nos pediu para passarmos no seu gabinete. Tomamos banho e depois de me arranjar sai em direcção ao seu gabinete. O Ruben já lá se encontrava. Sentei-me e o mister iniciou o assunto que queria falar.
- Sinto-vos abatidos. E escusam de negar, mas as mulheres são a nossa desgraça. Mas, se ocuparmos o tempo, ocupamos a cabeça e rapidamente esquecemos. Por isso, amanhã vão comigo assistir á estreia da equipa de volei do Benfica…. – ele continuou a falar mas eu não prestei a mínima atenção. Não tava com cabeça para jogos de volei, ainda por cima apresentação. Há sempre muitos jornalistas. O Ruben tocou-me e eu despertei…
- David, posso contar contigo?
- Claro mister. Pode contar comigo. – disse tentando safar-me.
- Contigo minimamente animado… – graçou o Ruben
- Convosco animados. Não quero mais boatos na imprensa. – afirmou o Mister.
- Mister, mas… - tentei intervir
- David. Nada de mas… Não têm culpa, mas isso tem de acabar.
- Mister, podemos ir? – perguntou o Ruben.
- Sim, podem. Vemo-nos amanha no pavilhão.
- Até amanha. – proferimos saindo daquele gabinete a 7 pernas.
Saímos e seguimos até aos carros sem proferir uma palavra. Segui até casa onde me depositei no sofá, fiquei a olhar o teto, até que o meu telemóvel começou a tocar. Retirei-o do bolso e abri a mensagem do Ruben. “Oi mano… Não te atrases para o jantar. Até já” Abri uma mensagem em branco… “oi manz. Não tou numa te estar com o pessoal. Preciso de ficar só. Vemo-nos amanhã na apresentação de volei. Até amanhã.”
Não sei quanto tempo fiquei ali… sei que o cansaço se apoderou de mim e dirigi-me para a cama onde rapidamente adormeci.

Na manha seguinte acordei e depois de me arranjar tomei o pequeno-almoço, sem a mínima vontade de sair de casa, muito menos para ir assistir aquela apresentação. Meti-me dentro do carro e segui para o pavilhão… juntando me assim ao pessoal.
Estava no meu canto…
- Mano, no mundo da lua? – Disse o Ruben.
- Não, ‘tava só…
- Anda, mas é…
Entramos e ficamos na primeira fila da bancada, juntamente com o mister, outros jogadores da time, e atletas de outras modalidades. Ainda cruzei o olhar com a Telma Monteiro, mas não me apeteceu iniciar uma conversa.
- Mister, quem são as atletas? – perguntou o Ruben
- Leonor e Joana Mendonça.
- Irmãs? – questionei.
- Gémeas… Têm uma coordenação fantástica….
- E então onde estavam escondidas essas pérolas?
- Na modesta cidade de Barcelos.
- Barcelos?! – disse não acreditando
- Sim David, uma cidade portuguesa, do norte, pequena. O Gil Vicente FC é dessa cidade. – disse fazendo-me sentir ignorante
Eu sei onde é Barcelos. Isto significa que estas atletas são aquelas que eram faladas no artigo que o Ruben leu.
- Sim, já me lembro. – disse tentando disfarçar
Fiquei atento a todas as raparigas. Havia a hipótese dela ter vindo pelo menos ver a apresentação, se fossem conhecidas...
Narração da Joana:
Espreitei e vi que o pavilhão estava cheio…
- Meninas, daqui a pouco entram para a mesa. Trocam umas palavras acerca de vocês da vossa história. Depois aquecem um pouco e o jogo inicia, e depois no final dão umas palavrinhas aos jornalistas. – disse-nos a Marlene
- O que e que lhes dizemos? - perguntou a Leonor um pouco nervosa
- Respondem as perguntas deles. Com calma, e serenidade. Vocês safam-se.
- Obrigada. – respondi
Respiramos fundo e depois saímos. As pessoas todas as olhar-nos, as objectivas todas viradas para nós. Odeio ser o centro das atenções, não esperava tanta gente, nem tanta imprensa. Lá chegamos até á mesa…
A treinadora começou a falar, o preparador físico igualmente e eu mantinha me alheia aquela conversa. Ainda estava em choque com a enchente no pavilhão.
A Leonor começou a falar, eu intervi em alguns temas e aquilo passou. Depois da seca de ter os jornalistas apontados todos a nos, começamos a aquecer.
Depois iniciamos um pequeno jogo e no final ai tivemos de trocar umas palavras…
- Joana, como conseguem ter tanta coordenação?
- Ah… não sei. Talvez por vivermos juntas á 17 anos que já nos conhecemos bem demais.
- Acham que esta aposta tem futuro?
- Claro, porque não haveria de ter. Cada vez mais se deve apostar noutros desportos… - respondeu a Leonor.
- Isso foi um ataque ao futebol? Ao dinheiro que se gasta em futebol?
- Não ataquei ninguém. Só acho que também á outras modalidades que devem ser exploradas. Além disso, eu gosto de futebol. E se fosse contra dificilmente pagaria para ir ver futebol.
- E o equipamentos? Não vos afecta o facto de serem reduzidos?
- Quando vai ver um jogo de futebol vai ver o jogo, a técnica, e o show, ou vai ver o equipamento dos jogadores e esperar que estes tirem a camisola? – Respondi.
- Vemos que apesar de serem jovens tem uma mentalidade e uma responsabilidade muito evoluída. Desejamos lhe muita sorte.
- Obrigada. – Respondemos.
Nós saímos para a área mais restrita e quando nos aparecem o David Luiz e o Ruben Amorim á nossa frente, paramos, para de seguida retomar-mos a marcha e ocuparmos um lugar ao lado da Marlene e do Pedro.


 * Esperemos que gostem...
                 Manas BC*


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Capitulo 7- A partida .



Entramos no comboio e passado horas chegamos á capital.
- Procura bem… Olha que ele pode estar por aí… - disse para a Leonor.
- Tu falas, falas. Mas também querias um autógrafo…
- Será? – Inquiri.
Apanhamos um táxi, e fomos até á agência Remax, buscar a chave e a morada do apartamento onde iriamos viver.
- Boa estadia.
- Obrigada. – Respondemos.
Voltamos a apanhar um táxi lá lhe demos a morada. Entramos no apartamento e bem, pousamos as malas, arrumamos algumas coisas e depois fomos até á universidade.
- Bom dia meninas.
- Bom dia.- Respondemos.- Pode-nos dizer onde é a secretaria?
- Claro, meninas. É ali á frente.- Disse apontando.
- Obrigada. – Respondemos.
Seguimos até a secretaria.
- Bom dia…
- Bom dia…
- Viemos entregar os papéis por causa de sermos desportistas…
- Ah, são as meninas de Barcelos, que viraram como atletas do Benfica.
- Exacto. – Respondi.
- Onde estão os galos?
- Em Barcelos… - disse a Leonor tentando ser astuta.
- Bem os papéis já estão entregues. Penso que está tudo certo.
- Sim. Está tudo pronto. Até qualquer dia…
- Até qualquer dia. – Respondemos e saímos.
Ainda vagueamos pela universidade… perdidas em sonhos e desejos… quando alguém nos interrompe.
- Olá.
Apanhamos um susto.
- Olá – respondemos olhando um rapaz um pouco mais alto que nós, moreno, com olhos verdes e um sorriso magnifico.
- Eh páh, vocês são mesmo iguais.
- Dizem que sim. – Respondemos.
- Ainda bem que não tão vestidas de igual, senão pensava que andava a ver a dobrar.
- Não te preocupes porque nunca andamos vestidas de igual.- Disse a Leonor.
- Facilita imenso. Mas são novas por cá?
- Sim. Viemos viver para Lisboa e somos universitárias.
- Eu sou o Eduardo. Sou aluno desta universidade.
- Leonor.
- Joana.
- Prazer – Disse cumprimentando-nos.
- O prazer é nosso.
- Então e são de onde?
- Barcelos. – Disse.
- Galo de Barcelos – tentou elucidar a Leonor.
- Mas isso é Porto, Braga?
- Braga, sim. – Respondeu a Leonor.
- Ai que mudança. Já visitaram a cidade?
- Não. E ainda temos de ir as compras. Visto que no apartamento não á nada que se trinque.
- Se quiserem a companhia de um lisboeta.
- Dava-nos muito jeito. Se não te importares.
- Podemos ir a pé e assim vêem um pouco da cidade. Vivem onde?
- Alvalade.
- Ok, então se calhar é melhor apanharmos um metro depois saímos antes dos estádio passamos pelos estádio e depois seguimos.
- Boa.
- Vão viver sozinhas?
- Sim. Os nossos pais ficaram em Barcelos e nós viemos.
- Mas não conhecem cá ninguém?
- Conhecemos te a ti. – Disse a Leonor.
- Se precisarem de alguma coisa digam. Eu e os meus pais temos todo o gosto em ajudar-vos.
- Esperemos que não seja necessário. Mas obrigada.
- Mas já sabem.
- Olha, e tu vives onde?
- Infelizmente… Alvalade.
- Infelizmente?
- Sim, era muito melhor se fosse em Benfica.
- Ah isso.
- Ah isso sim. Vocês são de que clube?
- Do Benfica.
- Então podemos ir até ao estádio da luz.
- Não te importas?
- É claro que não.                                                           
Narração da Leonor:
Seguimos para o estádio. Dirigimo-nos á porta 18 e vistamos o estádio. Ele parecia ainda maior. 
- Gostaram do estádio?
- É óbvia a resposta.
- Pois tens razão. Pergunta parva.
O meu telemóvel começa a tocar.
- Sim.
- ‘É a menina Leonor Mendonça?’
- Sim a própria.
- ‘ Era para informar que os treinos começam amanha de manha. Algum problema?’
- Não. Eu aviso a minha irmã.
- ‘ Obrigado. Então vemos nos amanha.’
- Até amanha. – Desliguei.
- Quem era? – Perguntou a Joana.
- O treinador. A dizer que amanhã já temos treino.
- Fixe. - Respondeu
- Treino? Treinador?
- Ainda não tinhas perguntado porque é que viemos para Lisboa. – disse a Leonor. – E a razão é o vólei.
- Vólei. Muito bem. Temos jogadoras então.
- Jogadoras do Benfica. – Disse eu.
- Do Benfica? – Nós assentimos. – Do Benfica, Benfica?
-Sim.
- Vocês são as manas Mendonça?
- Sim. Como é que sabes? – Perguntou a Joana muito curiosa.
- A minha mãe é que vos vai treinar. E o meu pai e o vosso preparador físico e massagista.
- Ah bom. Parece que os teus pais nos vão ajudar, afinal.
- Pois, mas será que podemos aproveitar a gentileza deste cavalheiro para nos ajudar a fazer compras?
- Claro. A um minimercado em Alvalade. Podem fazer as compras lá. E 2 braços sempre dão jeitinho.
- Então vamos? – Disse.               
Andamos então por aquelas ruas e lá encontramos um minimercado. Fizemos as compras mais importantes. E claro, copos, pratos e talheres descartáveis. Carregamos tudo até casa.
- Bem-vindo. – Disse a Joana.
- Cuidado. Ainda só chegamos hoje. Por isso não ligues as malas.
- Há vontade. – Disse ele.
O resto do dia foi calmo. Muito calmo. Passado em arrumações, ainda fomos novamente ao minimercado, pois não tínhamos trazido nem metade do que íamos precisar… A noite chegou e nós rendemo-nos ao cansaço.
Acordei cedo. Fui até ao quarto da Joana, mas ela ainda dormia. Já sentia saudades dos nossos beliches. Daquela birra por ambas queremos dormir na cama de cima. Ela parecia a um anjo a dormir. Fechei a porta calmamente arranjei-me e entretanto ela chega a porta do meu quarto.
- Bom dia…- disse animada.
- Bom dia – respondeu me ensonada.
- Veste-te para tomar-mos o pequeno-almoço.
A Joana obedeceu-me e foi arranjar-se. E apareceu na cozinha com os 2 sacos de treino.
- O meu ainda não ta pronto.
- Já ta. Levas o equipamento verde. Ta bem?
- Ta óptimo.
Sentamo-nos a tomar o pequeno-almoço. Colocamos a conversa em dia. Como se ela não estive-se. Depois enquanto eu arrumava a loiça a Joana foi até ao quarto quando chegou a minha beira.
- Deixa que eu termino.
- Ta tudo bem?
- Óptimo. - Disse substituindo me no lugar começando a lavar a loiça que ainda faltava.
No final pose-mos pés ao caminho ainda apanhamos o metro e lá chegamos ao pavilhão onde iriamos treinar.
- Bom dia meninas.
- Bom dia. – respondemos.
- Que fazem por aqui. Isto é restrito ao público.

* Esperemos que gostem...
                            Manas BC*

domingo, 16 de outubro de 2011

Capitulo 6 - Despedida

Narração da Joana:
A Leonor acordou e depois de uma conversa breve dirigiu-se para a casa de banho com o objectivo de tomar banho… e cá para mim, para se mentalizar que tem de fazer as malas…
Afinal vamos viver em Lisboa. Mas também não sei como vamos levar tudo o que vamos precisar para baixo. Alguma solução irá aparecer.
Toc toc…
- Posso? – Perguntou a minha mãe.
- Claro… - Disse enquanto me acabava de vestir e começava a pentear o cabelo.
- Eu e o vosso pai já tratamos de tudo. E agora só falta fazerem a mala.
- Oh mãe… Mas nós não vamos conseguir levar tudo que é preciso em pequenas malas.
- Oh… vocês vão na sexta…. Levem o necessário para esse dia… no fim-de-semana, nós levamos outras coisas… Acho que se vão safar, não?
- Não sei. Tou a começar a ter receio…
- Ei calma. Qualquer coisa têm sempre a casa dos papas. – Disse abraçando-me e reconfortando-me.
- Miminho só para a mais nova! E a mais velha? – Disse a Leonor entrando no quarto.
- Anda cá… - disse a mãe.
- Meu Deus. Ainda não sei como vou aguentar estar longe de vocês…
- É a vida. – Disse eu.
- Agora também adoptas-te essa expressão? – Perguntou-me a Leonor.
- Ao que parece. – Respondi… Prendi o cabelo.
- Leonor, veste-te… Vamos fazer as malas…- disse a minha mãe.
- Ai meu deus… - Disse a Leonor dramatizando
A minha mãe sai e a Leonor começou a arranjar-se…
Deitei-me na cama a folhear um jornal…
- Nem estejas com ideias… Eu não vou fazer as malas sozinha…
- Eu não penso esquivar-me. – Disse levantando-me.
Saí do quarto e fui ao sótão buscar todas as malas e mochilas grandes que dessem para levar… Entrei no quarto.
-Olha, levamos agora a roupa que usaremos agora, e as coisas mais importantes… Os pais depois levam o restante.
- Boa… e queres começar por onde? – Perguntou-me…
- Selecciona as roupas que mais usamos. Eu vou ver os objectos que vamos precisar…Pode ser?
- Vai lá… Afinal vamos ter de levar quase tudo. – Disse tentando reconfortar-se…
Recolhi os nossos carregadores de telemóveis… Portáteis, carregadores de portáteis, máquina fotográfica, secador, etc… cheguei ao quarto, coloquei numa mala, ainda coloquei algumas peças de roupa dentro para que fosse mesmo cheia…
- Eu estou a ver que isto vai ser mesmo complicado… - disse a Leonor.
- O que é fácil não tem piada. – Disse.
- Pois. Pois.
- Meninas, então como vai isso? – Disse o meu pai espreitando pela porta.
- Complicado… Não vamos conseguir levar quase nada…
- Levem o essencial. Nós depois no sábado vamos lá baixo e levamos a vossa roupa tudinha…
- Quem te ouvir falar até pensa que é muita… - disse a Leonor
- Somos duas… Vestimos a dobrar. – Completei.
- Pois. Pois. – Disse ele. – Venham comer…
- Sim, já vamos… - disse a Leonor.
- Eu já venho… - sai, fui até a casa de banho.
Quando voltei…
- Podemos colocar já isto na mala... – Disse a Leonor.
- Podes ir comer. Depois fazemos isto. – Respondi.
- Tem de ser feito e tem. Assim sempre adiantamos. – Disse ela sorridente.
- Então vamos lá… - começamos a colocar as coisas…- Leonor, estas camisolas tem de ir já? – Perguntei olhando para as camisolas que tínhamos recebido no jogo em Janeiro…
- Claro. Sei lá se um deles não vai estar na estação. – Disse ela convicta.
- Espera sentadinha.
- Oh. Pensamento positivo! - rimos
Enchemos malas e mais malas com roupa, ainda enchemos alguns caixotes com acessórios, malas, sapatilhas, livros… Apesar de não podermos levar tudo, assim os nossos pais não tinham o trabalho de empacotar tudo.
Descemos…
- Então, tudo pronto? – perguntou o meu pai.
- Quase. – Respondeu a Leonor
- Deixamos já algumas coisas empacotadas para que depois só tenham de carregar. – Completei o que ela tinha dito.
- Ok. Mas agora comam.
Sentamo-nos e tomamos o pequeno-almoço… Depois recebemos uma mensagem do pessoal, saímos para a rua e vimos o pessoal todo… Começou a música ‘‘DZRT – Feeling’’. Começou toda a gente a dançar…
- Boa sorte, meninas… - gritaram no final…
- Obrigada. – Dissemos.
Eles abraçaram nos… ainda dançamos todos juntos…
- Não podiam ir embora sem nós nos despedi-mos de vocês – Disse o Guilherme.
- Ei só vamos sexta. – Disse.
- Já esta sexta?! – Perguntaram.
- Sim. Mas nós regressamos. Para umas noitadas com o pessoal. O acampamento continua de pé.
- Ai se não tivesse. – Disse o Manel.
- Agora podíamos era ir beber um copo… - sugeriu o Guilherme.
- Ok. Vamos lá… Mas temos de ir a casa. – Disse.
- Vai lá. Trás a minha bolsa.
Regressei a casa, peguei nas nossas bolsas, avisei os nossos pais e saí. Juntei-me ao pessoal e seguimos até ao nosso local de convívio. Divertimo-nos muitíssimo com o pessoal. Ainda jogamos umas partidas de bowling. E depois lá regressamos a casa.
Os dias passaram e era a altura de entrarmos no comboio para irmos para Lisboa. Era a sexta-feira da mudança. A sexta-feira D.
Nós mal nos despedimos dos nossos pais… Se á coisa que a família Mendonça não gosta é de despedidas.

*Esperemos que gostem. 
                         Manas BC*

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Capitulo 5 - Casamento ?!


 Chegamos a sala de cima…
- Olá Filipa. – Disse a Joana vendo-a e voltando a olhar para a televisão.
- Olá família… - disse ela…
- Então Filipa, que te traz por cá?
- Vim entregar os convites do meu casamento aos meus queridos tios e primas. – Disse ela sorridente.
- Casamento?! – Perguntamos todos juntos
- Sim, estou noiva. – Disse exibindo o anel do dedo.
- Vais casar com quem? – Perguntou a Joana.
- Com o meu namorado. – Respondeu ela.
- Desculpa. Vais casar com o namorado Carlos, ou com o namorado Tiago? – Disse cinicamente.
Afinal nos últimos anos andara com os 2. Apresentara os 2 a família. Nem sei como conseguia.
- Querida, a inveja….
- A inveja é um sentimento muito feio. – Completou a Joana.
- Exactamente. Vou casar com o Tiago.
- E o Carlos? – Perguntou o meu pai.
- O Carlos segue a sua vida. – Respondeu rapidamente.
- Muito bem. Fico muito feliz por ti. – Disse a minha mãe.
- Obrigado tia. – Disse abraçando a minha mãe. – Bem, estão aqui os convites. Confirmem. Eu tenho de ir entregar os outros. Xau.
- Xau. – Disse eu e a Joana.
Ela saiu.
- Bem, que lata. – Disse eu.
- Podes querer. Apresentou os dois namorados a família, e agora que um a pediu em casamento, acaba com o outro, se bem que eu duvido que acabe. Ela vai ter marido e amante. – Disse a Joana.
- Joana, não digas isso da tua prima… - repreendeu o meu pai.
- Oh pai. É verdade. Ela não se contenta com um.- Defendi eu.
- Francisco, elas têm razão. A Filipa não é flor que se cheire. E até é bom elas comentarem e verem. Assim elas não fazem o mesmo.
- Mãe. Espero que não penses uma coisa dessas. Nós nunca faríamos isso.
- Se bem, que nem temos namorado.
- Mas vão ter…
- Duvido. – respondemos juntas, o que nos levou a rir
Os dias passaram rapidamente, afinal não tínhamos aulas, eram só actividades. Não houve mais notícias da noiva Filipa, nem da ida para Lisboa.
Chegou o dia do baile. O último dia como alunas do secundário.
Acordamos e começamos logo a preparamos nos para o almoço da turma. Vestimos um vestido leve, umas sandálias e fomos até á quinta dos pais do Guilherme, o delegado de turma.
Arranjamo-nos e seguimos até lá.
Durante o almoço tivemos sempre animação propiciada por nós. E tinha chegado a altura de eu e a Leonor apresentamos o resultado da votação para a entrega dos óscares. Subimos uma atrás da outra. E como estávamos em família, sentimo-nos super bem.
- Olá pessoal…
- Oi people.
- Não fiquem já aflitos. Porque não estão a ver a dobrar. Somos mesmo 2.
- Iguais.
- Iguaizinhas. Mas vamos lá aos óscares porque a comidinha está á minha espera.
- Na categoria de brincalhão…  - disse a Leonor… iniciando a descida com o óscar.
- O óscar vai para… o Guilherme. – Disse com entusiasmo e as palmas e gritos ouviram-se.
Continuamos com a entrega… No final comemos a comida que teve que esperar…  A meio da tarde la nos despedimos e eu e a Leonor seguimos até casa,  ainda tivemos deitadas na cama, a tentar descansar.  Já perto da hora do baile, levantamos nos vestimos nos arranjamos nos. Os vestido, eram curtos, e iguais embora de cores diferentes.  Um era cor-de-rosa forte e o outro era um cor-de-rosa mais suave, mais subtil. Entrançamos o cabelo numa trança de 5 pontas, a terminar em lados diferentes. Assim já nos distinguiam. Maquilhamos nos e lá seguimos até a escola. Justamos nos com os respectivos pares pousamos para as fotos e finalmente entramos no anfiteatro.
Eu e a Leonor depois circulamos pelo pessoal. Tiramos fotos e mais fotos com o pessoal da turma e com os amigos fora da turma…
- Meninas a apresentação vai começar… - disse a nossa professora de física, relembrando nos que tínhamos de subir para o palco.
Subimos, posicionamo-nos. Dançamos e no final uma rapariga da outra turma começou a cantar. Descemos e começamos a petiscar, acabando com um copo na mão e todo o mundo a dançar ao ritmo da música. 
- Joana, é verdade que ides para Lisboa? – Perguntou me o Manel.
- Sim, é verdade. Eu sei que vais ter muitas saudades minhas. E para além disso, eu sou a Leonor.
- Mas a Leonor…
- Sim eu…
- Desculpa. Vou sentir saudades tuas.
- Oh que querido. Ias dizer que gostas da Leonor, não?
- Joana… - disse tentando saber se era mesmo eu.
- Claro. Tu nunca te enganas, ias-te enganar hoje.
- Não.
- Então…
Surge a Sofia que o leva para dançar… Bem nem valia a pena chatear-me, afinal nela já não e defeito é feitio.
Dirigi-me até a mesa das bebidas e peguei numa garrafa de água.
- Água, sempre podias beber uma cola com limão… - comentou um rapaz. Não liguei…
O baile correu como qualquer outro. No final estávamos á espera que pai nos viesse buscar quando a nossa professora de educação física veio falar connosco.
- Meninas, já soube que vão para o Benfica. Muitos parabéns, e sejam felizes.
- Obrigada Sora. – Respondemos.
Encaminhamo-nos para a saída e lá vimos o nosso pai. Entramos no carro.
- Então meninas… Sozinhas? Não precisavam de ter escorraçado os rapazes, eu não lhes ia fazer mal.
- Sim pai. Já devias saber que ninguém nos quer. – Disse a Leonor.
- Os rapazes nestas idades só querem…
- Pai, nós sabemos… - disse a Joana, fazendo o terminar por ali a conversa.
- Ao menos divertiram-se?
- Muito. – Disse
Não estava a ser totalmente sincera. Mas também não estava a mentir.
- Pai, podemos ir para casa. É que pode parecer que não. Mas estou cansada. – Disse quase implorando
- Sim, princesa… Eu levo-a ao seu castelo. – Brincou ele.
- Obrigada. – Respondi
Dirigimo-nos para casa, e depois de esquivar-nos as perguntas casamenteiras da nossa mãe, lá aterramos na cama…
Narrado por Leonor:
Na manhã seguinte…
Acordei e a Joana já tinha tomado banho, estava a colocar o creme…
- Bom dia… - disse olhando-a.
- Bom dia. – Respondeu ela. – Olha a mãe disse que era melhor começarmos a preparar as malas para Lisboa.
- Ai que aventura… - desabafei.
- Não queres ir?
- Quero. Claro que quero. – Disse levantando-me. – Mas fazer malas, e tão… secante.
- É a vida. – Respondeu-me.
- Tens a certeza que queres ir? – Perguntei a medo…
- Tenho… Vamos e para além de sermos jogadoras de vólei, vamos nos formar no que sempre sonhamos…
- Pois é… Parece mentira…
- Mas é verdade.
- Para não falar que podemos ir ver os jogos do nosso benfas… e rever o 5 e o 23…
- Cala-te. Já o vês na televisão. – Respondeu-me.
- Seja como for, há possibilidade… Bem, vou tomar banhinho… para depois desencantar uma ajuda da mamã, para fazermos as malas.
- Vai lá.

* Esperemos que gostem. desculpem o atraso na postagem, mas com a escola é mais dificil de disponibilizar tempo para a escrita... Mas vamos tentar ser mais rapidas... Beijos... 
 Manas BC*