domingo, 5 de fevereiro de 2012

Capitulo 25 - O acordar (Parte I)




- Shiu… - coloquei o meu dedo indicador sobre os seus lábios – Não digas nada. – desviei-me um pouco - Fica comigo… - proferi sem pensar
Ele hesitou…
- Por favor…
Ele levantou a roupa e colocou-se ao meu lado, também deitado de lado…
Ficamos frente a frente… Ficamos a olhar-nos e depois de um reconhecimento mutuo… Ele fez uma pequena festa na minha face…
- Dorme bem princesa…
Aquelas palavras suaram como uma ordem para dormir descansada... Aproximei-me ainda mais dele, colei o meu corpo ao seu, ficando com a minha cabeça junto ao seu pescoço e peito e foi assim que adormeci… Junto do homem que me fazia sentir tão bem, tão segura… E esqueci tudo, esqueci que ele era o David Luiz, esqueci o meu problema, esqueci o mundo á minha volta e só existia eu e ele… apenas nós, que agora estávamos juntos, mesmo que não fosse por muito tempo, mesmo que aquilo não fosse acontecer mais, queria senti-lo nem que fosse por uma única noite. Ou o que restava dela… Na manhã seguinte acordei e levantei-me tentando não fazer barulho para não o acordar, tarefa essa, em que não fui nada bem sucedida…
Narração do David:
Depois daquele maldito jogo, onde depois de muito esforço a equipa não conseguiu obter os 3 pontos, apesar de ter feito um jogo quase perfeito. Faltaram os golos. Estava a ser confortado pela mulher da minha vida. Depois de todo o estratagema do Ruben ela lá veio comigo no carro onde não proferimos nenhuma palavra. Onde o silencio parecia ser a melhor conversa. E talvez assim tenha sido melhor. Ainda estava irritado com o jogo e podia não lhe responder da melhor maneira. E ela pareceu perceber isso mesmo, pois não puxou nenhuma conversa, como se percebesse que eu precisava daquele tempo em silêncio… Chegamos á porta do seu apartamento e a Leonor e o Ruben já estavam lá a nossa espera, a Leonor começou logo a picar e eu respondi-lhe torto. Depois de reflectir sobre o que tinha dito fiquei ainda mais descansado por a Joana não ter imposto nenhum tema, nenhuma conversa no carro.
Estávamos no elevador e aquelas palavras que ela proferiu entraram no meu coração, sem pedir licença. Invadiram o meu sangue e explodiram e não mais parei de olhar para ela…
Ela se levantou e foi á cozinha, lembrei que depois do que disse p’ra Leonor e sei que tinha sido mal educado, ainda não tinha pedido desculpa…
- Leonor, o que eu disse á pouco. Desculpa, eu não quis…
- Esquece, eu não devia ter dito nada. – sorriu – Eu não acredito!
- Que foi? – perguntou o Ruben
- Olhem quem está aqui. – pegou em algo de cima da pequena mesa que tinha ao centro, que depois percebi ser um álbum de fotografias quando ela o abriu – A nossa Joana. – riu e mostrou-nos uma foto
Uma foto da Joana toda lambuzada de chocolate e uma cara de anjo, mas muito cómica, percebi como ela sempre foi perfeita… Magnifica mesmo em circunstancias muito estranhas…
Jogamos ao monopólio, estivemos horas naquilo, deu para esquecer o que tinha acontecido, aquele jogo e quando ela perdeu, sendo eu a cobrar-lhe o seu ultimo dinheiro… Pensei que talvez a pudesse ter ignorado… Ela nos disse que horas eram e aí eu fiquei pensando que a iria abandonar…
Mas depois de elas dizerem para ficarmos, acabamos por aceitar, o Ruben foi para o mesmo quarto que a Leonor… E uma sensação estranha me invadiu, queria tanto que ela me pedisse para ficar com ela, naquela noite, eu queria ficar com ela sempre, mas nem que só pudesse ser por uma noite, já me chegava. Ela nada disse, decidi então ir para o quarto que seria meu por aquela noite. E assim ver um sonho adiado, o sonho de adormecer com ela nos meus abraços, e acordar com ela do meu lado…
Entrei no quarto e depois daquela cama ser testemunha nas minha tentativas de adormecer… Percebi que ela não me saia da cabeça… Levantei-me muito devagar e sorrateiramente entrei no quarto dela… Sentei-me a toquei-lhe levemente e quando a vi a mexer tentei falar, desculpar-me por estar ali, algo que não cheguei a fazer pois ela interrompeu-me…
- Fica comigo!
Aquelas palavras saídas da boca dela. Formaram várias sensações estranhas, como tantas outras que já tinha sentido junto daquela mulher… Simplesmente pedi para mim mesmo que se fosse um sonho me despertassem rapidamente, para que depois não fique com ideias…
Como fiquei calado, ela voltou a pronunciar-se…
- Por favor.
Não estava a sonhar? Ela estava mesmo a pedir-me para ficar com ela?
Deitei-me então junto dela e depois de nos olhar-mos intensamente e de lhe ter feito uma leve festa no rosto, ela encostou-se ainda mais a mim e acabou por adormecer…
- Como te amo miúda… Já não me sais da cabeça… - disse mexendo-lhe nos cabeços
Rendi-me ao cansaço e adormeci… Na manhã seguinte, acordei com ela a tentar levantar-se muito lenta e cuidadosamente, talvez para não me acordar. Ela estava já de pé e de costas a dirigir-se para a porta do quarto…
- Joana! – chamei-a
Ela voltou-se para mim…
- Diz?
- A gente precisa falar.
Precisava mesmo de falar com ela, tentar perceber o que está acontecendo, o beijo, esta noite…
 - O que se passa?
- P´ra começá, o beijo, eu sei que cê disse pa gente esquecer, mas eu não consigo porque… - ela aproximou-se de e mim rapidamente e beijou-me
Beijo que aproveitei ao máximo, um beijo calmo, mais cheio de sentimento e eu senti que não foi só da minha parte…
Terminamos o beijo e ela pregou o olhar no chão… Afastou-se…
- Desculpa. Nós não podemos.
- Porquê?
- Porque não, David, nós somos de mundos diferentes, não temos nada a ver.
- Cê vai dizer que o beijo não significou nada p´ra você? Me beijou porquê? – ela continuava cabisbaixa, sem dizer uma palavra – Me diz que este beijo não significou nada p’ra você… - aproximei-me dela
- Não me faças isto. - pediu
- Me olha nos olhos e me diz. – coloquei a minha mão no seu queixo e elevei a sua cabeça, fazendo-a olhar-me – Diz que não significou nada.
- Pára David. – saiu do quarto a correr e eu segui-a
Narração do Ruben:
Depois de ter-mos estado a jogar na sala e como já era muito tarde, elas insistiram para que ficasse-mos lá a dormir… Ainda contestei, mas acabaram por levar elas a melhor e fiquei totalmente surpreendido quando a Leonor disse que eu ficaria no quarto dela… Esta mesmo a escapar-me algo… Seguimos para o quarto dela…
- Eu sei que queres que o David e a Joana se entendam mas eu não precisava de ter vindo dormir para o teu quarto.
- Porque não? Não queres, é? Achas que ficas assim tão mal acompanhado?
- Não, mas…
- Mas nada. E assim ninguém precisa de dormir no sofá. – sorriu e retribui-lhe. - Será que é desta que eles se vão entender?
- Não sei, mas bem que já não era sem tempo. Eles gostam mesmo um do outro.
- Pois. Mas também são assim, um bocadinho para o teimoso.
- Põe bocadinho nisso.
- Eu queria tanto que a Joana voltasse a sorrir com á muito não faz. E ela consegue fazê-lo quando esta junto do David, imagino se estivesse com ele…
Quando ela disse que gostava que a Joana volta-se a sorrir como á muito não faz, presumi que estivesse a referir-se á doença dela e quão triste ele ficou desde que descobriu…
- Eles vão entender-se, só tens de ter paciência.
- Eu tenho, mas quero mesmo que ela seja feliz e acredito que essa felicidade está do lado do David.
- Eu também…
Ela sorriu-me…
- Vou vestir o pijama já volto. Pode ir-te deitando.
- Eu vou dormir na tua cama? Contigo?
Ela estava mesmo bem?
- Claro, querias dormir onde?
- No chão!? – disse um pouco confuso
- Oh, não sejas parvo, a não ser que tenhas algum problema em dormir comigo!
- Não, é que… - interrompeu-me
- Então, já volto. – sorriu e saiu
Eu tirei a roupa e ditei-me… Ela voltou pouco tempo depois. Com uns mini calções e um tope.
- Ok, eu sei que até já te vi de bikini, mas…
- É giro, néh? – disse olhando-se de alto a baixo
- Põe giro nisso… Estás a provocar-me?
- Está a resultar?
- Não!
Não estaria mesmo? A verdade é que me sentia estranho no mínimo, mas nada que não se resolvesse com uma boa noite de sono.
 - Oh, então está bem. – puxou os lençóis e deitou-se
- Tens mesmo a certeza que queres que eu durma aqui, na tua cama?
- Ai Ruben és tu que és muito antiquado ou sou eu que sou muito moderna? – virou-se de lado, frente-a-frente comigo – Somos amigos, qual é o mal? Além disso, tu não vais fazer nada comigo, pois não?
- Leo… Até me ofendes.
Ela riu… - Tava a brincar.
- Acho bem.
- Até vou dormir mais quentinha hoje e tudo. – chegou-se para junto de mim
- Como se estivesse muito frio. – disse ironicamente 
- Não, mas sabe sempre bem. – sorriu
- Bem cá piolha. – envolvia nos meus braços
Ela é de facto uma grande amiga e muito querida e linda… Ela é de facto linda, como é que só agora me apercebi do quão fantástica ela é?
- Que bom! – riu como uma criança
Assim acabamos por adormecer… Juntos, abraçados, afinal somos bons amigos, qual é o mal?
Na manhã seguinte acordei e ela ainda dormia, olhei-a, estava serena, dormia tão tranquilamente que não consegui acordá-la, fiquei a olha-la uns segundos e depois tentei sair da cama sem a acordar mas como ela estava com a cabeça sobre o meu tronco era complicado… E não consegui… Ela abriu lentamente os olhos e olhou-me…

*Esperemos que gostem 
                           Manas BC*

4 comentários:

  1. fantastico...

    quero mais... tou curiosa para ver o proximo...

    continua...

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  2. Gostei muito!!!
    Espero pelo próximo o mais rápido possível por favor!!

    Bjokinhas
    Mariaa

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