sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Capitulo 27 - Faz o que quiseres...




- Eu não consigo. Diz que sou uma menina mimada, uma fraca por não lutar pelo que quero, por não querer viver, mas eu não consigo... Eu nunca senti nada assim, sempre imaginei como seria e eu não consigo, ele é tudo o que uma miúda pode desejar, ele merece uma miúda que lhe possa dar tudo…
- Tu podes dar-lhe tudo, basta teres mais confiança em ti…
- Não posso Leonor. Não posso dar-lhe tudo o que um homem quer, tudo. E eu não posso.
- Podes! E nem tudo se resume ao sexo. O David é doido por ti e já te deu mais do que provas disso, ele ama-te. E tu podes dar-lhe tudo, a que um homem tem direito, tu podes entregar-te completamente a ele, basta estares preparada, basta que seja aquilo que tu, queres… Basta deixares-te levar pelo que sentes por ele, que cresce a cada dia.
- Cresce? Como é que tu sabes? – fugiu um pouco á conversa
- Conheço-te á 18 anos, já sei umas coisinhas. – sorri, entrei na onda dela
- Obrigada maninha.
- Só quero que sejas feliz. E podes sê-lo. Não tenhas medo de arriscar.
Ela sorriu… Levantou-se sem dizer mais nada. Conheço-a, tudo o que disse fê-la pensar ainda mais… Pela milésima vez que digo o mesmo… Mas ela não perde este medo… Pode ser que talvez seja desta que esta miúda ganha juízo…
- Mana. – chamei-a, ela olhou-me – Quem não arrisca, não petisca! – ri
- És tão parva. – sorriu
Saí daquele quarto e dirigi-me ao meu para pegar uma roupa para poder ir tomar um banho… Entrei… Mas só depois de ver o Ruben e o David é que me lembrei que deveria ter batido á porta…
- Desculpem, eu saio já. Vim só buscar uma roupa. – desculpei-me
- Este é o teu quarto, era só o que mais faltava, pedires desculpa.
- Com licença. – disse o David                                                                     
Quando o vi sair do quarto assim tão apressado calculei que fosse falar com a Joana…
- David. – tentei ir atrás dele, impedindo-o de ir ter com ela
O Ruben agarrou-me o braço impedindo-me de tentar alcançar David…
- Deixa-o ir.
- Deixo-o ir? A Joana esteve este tempo todo a chorar por causa dele e estás a dizer-me para o deixar ir?
- Não achas que eles têm coisas para resolver?
- Não achas que a Joana já teve a sua dose por hoje?
- Eles têm que falar, vão ter de resolver o que aconteceu.
- Mas não precisa de ser agora.
- Precisa de ser quando eles quiserem. – contrapôs ele senhor de ti.
- Mas ela não quer.
- Não sabes.- respondeu -me.
- Sei que a minha irmã está a sofrer e por hoje, chega.
- Não podes impedir nada.
- Posso impedir que ela se magoe mais.
- Não, tu não podes impedir algo que se tiver que acontecer, acontece.
- E tu não és ninguém para me dizeres o que eu devo ou não fazer. – exaltei-me
Já me estava a passar com aquela conversa. Eu disse á Joana que ela tinha que falar com o David, mas conhecendo a minha irmã como conheço aquela conversa iria ser tudo menos agradável naquele momento e ela iria acabar por se magoar mais ainda… Mas não, se eu pudesse evitar e o Ruben não estava a facilitar essa tarefa…
- Pois. Tens razão, não sou mesmo. Mas tu também não és ninguém para interferir na vida deles, não te diz respeito! – pagou na mesma moeda
As palavras dele custaram-me, esperava tudo menos aquilo, ao menos que tenta-se compreender-me… Saí do quarto sem lhe dirigir mais a palavra. Fui até ao quarto da Joana e vi o David sentado na cama com uma moldura dela na mão.
- A Joana?
- Acho que tá tomando banho.
- Eu sei que deves querer esclarecer as coisas. Mas é melhor não ser agora. Só vos irias magoar ainda mais, se bem conheço a Joana, isto é ainda muito recente. Espera até logo á tarde pelo menos.
Ele assentiu com a cabeça…
- Vem.
Saímos do quarto e dirigimo-nos á cozinha.
- Fiz mesmo asneira.
 - Não fizeste nada de errado. O problema está mesmo, é na Joana. Tens de ir com calma. Eu sei que não pressionas-te nada, mas… - fui interrompida
- A minha mãe ligou. O almoço ainda se mantém? – disse o Ruben entrando na cozinha
- Por mim. – respondeu o David
- Tu é que sabes. – disse de forma indiferente
- Se estou a perguntar é porque não sei. – respondeu
- Faz o que quiseres. – disse com tom de insignificância
- Então obrigado pela ajuda. – respondeu no mesmo tom
- Manz, telefona a sua mãe, confirmando o almoço. – disse o David tentando aliviar o ambiente
Ele saiu da cozinha…
- O que se passou?
Não respondi… Comecei a pôr a mesa para o pequeno-almoço e o David ajudou-me… Fiz o pequeno-almoço…
- Eu vou tomar banho, vai comendo.
- Ok.
Saí e fui tomar um banho…
Narração do David:
Corri atrás dela e a nossa ‘discussão’ continuou no quarto da Leonor… Depois dela ter saído, fiquei falando com o Ruben, contando tudo o que tinha acontecido. Passado algum tempo a Leonor entrou no quarto e saí disparado, se a Leonor estava ali a Joana estava sozinha o que era uma boa altura para falar com ela. Cheguei ao quarto e nem sinal dela. Ouvi a água a correr, deduzi que estivesse tomando banho. Vesti-me e fiquei olhando uma moldura com uma foto dela, onde ela aparecia muito sorridente. Com os seus olhos lindos brilhando e um sorriso que mostrava muita felicidade, dava vontade de ter ela assim sorridente do meu lado, tê-la sempre comigo assim, feliz. Pouco tempo depois a Leonor entrou no quarto e depois de lhe ter dito que a Joana devia estar no banho, ela me explicou que deveria falar com ela mais tarde pois uma conversa naquele momento poderia piorar as coisas e eu não queria isso, não queria fazê-la sofrer ainda mais nem deixa-la ainda mais longe de mim…
Saímos e fomos para a cozinha, quando o Ruben entrou e o ambiente ficou estranho… Não percebi o porquê daquilo, ainda tentei entender mas a Leonor não me respondeu…
Antes dela se dirigir para o banho confeccionamos o pequeno-almoço, o Ruben regressou á cozinha.
- A Leonor? – perguntou-me
- Tá no banheiro. Mas vamo tomar o pequeno-almoço.
- Ok. – respondeu brutamente
Ele se sentou e tomamos o pequeno-almoço, sem dialogar-mos…
- Manz, não quer ver se a Joana tá precisando de algo?
- Isso é mesmo só amor. Mas eu faço-te a vontade. – e saiu
Pouco tempo depois voltou..
- Mano, vou indo, ainda tenho de passar por casa. Encontramo-nos na casa da minha mãe. A Joana vai comigo.
Quando ele disse aquilo, percebi que ela não queria falar-me, nem ter-me por perto… Ouvi a porta bater e ficou com a certeza que já tinham saído.
Fui até ao quarto da Joana, entrei e fiquei vendo cada recanto daquele quarto, absorvendo o cheiro dela que se espalhava pelo quarto… Olhei a cama, aquela onde tinha dormido do lado dela, do lado da mulher que amo, mulher que quero para mim. Vi a camisola que lhe tinha dado, naquele jogo que mudou a minha vida. Peguei-a e cheirei-a, tinha o seu perfume, pensar que ela tinha guardado aquela camisola e a tinha ali perto dela, fez-me também pensar que ela poderia querer-me também perto dela. Mas logo voltei á realidade, ela não me quer do lado dela, não me quer presente na sua vida, ela fugiu de mim… Porquê?
Peguei no camisola e apertei-a contra mim…
- Joana, como te amo.
- Encontrei-te! Mas não está ninguém nesta casa?
- Eu sou o quê?
- Tu percebes-te. Os outros?
- Já foram, o Ruben ia passar em casa. Encontramo-nos na casa da mãe dele.
- E o que é que tu estás aqui a fazer? – Pausou – E com isso na mão?
- Desculpe. – pousei a camisola
- Tu gostas mesmo dela…
- Nota-se muito?
- Não! – sorriu
Sorri-lhe e saímos…
Narração da Joana:
A Leonor saiu da minha beira e fui tomar um banho demorado para tentar acalmar… Saí e vesti uma roupa simples. O David estava sempre no meu pensamento. Abri o armário e peguei na camisola que ele me dera, na primeira vez que os nossos olhares se cruzaram, ainda não sabia o quanto a minha vida ia mudar… Fiquei a olha-la. E era isso que ele era, um jogador de futebol. Vive num mundo distante do meu, num mundo completamente á parte. E mesmo que essas barreiras entre dois mundos sejam ultrapassadas, o meu problema nunca deixará de ser isso, um problema, um impedimento… Mentaliza-te Joana, só o podes ter como amigo, nada mais.
Bateram á porta…
- Sim?
- Desculpa, está tudo bem? – perguntou o Ruben abrindo um pouco a porta
- Sim. – pousei a camisola
- De certeza?
- Sim. E por acaso, hoje não temos um almoço em casa dos papás do menino? – disse lembrando-me do almoço
- Por acaso temos. Eu vou já embora.
- Eu vou contigo. Posso? – perguntei
- Isso nem se pergunta, é claro que podes.
Sorri-lhe e ele retribuiu… Peguei na bolsa e saímos do quarto, dirigimo-nos para o hall.
- Vou lhes dizer que já vamos.
- A Leo?
Ele hesitou…
- Ela vai com o David. – disse rapidamente
Achei estranho, mas nem dei muita importância, devia ser só impressão minha. Ele voltou poucos minutos depois…
- Vamos.
Saímos e descemos… Entramos no carro do Ruben e ele dirigiu em direcção a sua casa… Eu estava calada, olhando pelo vidro a paisagem, e por mais que quisesse, tudo parecia triste…

*Esperemos que gostem 
                           Manas BC*

2 comentários:

  1. Gostei, mas continuo muito curiosa!
    O próximo, rápido por favor!!

    Bjokinhas
    Mariaa

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  2. Adorei, estou curiosa pelo próximo...
    Joana, não compliques tanto, vocês merecem ficar juntos... Arrisca, por favor!
    Estou ansiosa pelo próximo capitulo! Continua, por favor...

    Beijos*

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