Capitulo 11 - Dá-me um autografo...

- Pois, não… Eu não sabia se era certo.

- Se era certo?

- Sim, só deves ter dito aquilo para seres simpático… Companhia para saíres não te deve faltar… Além disso nem eu nem a Joana não conhecemos quase nada cá.

- Ah. Por acaso tenho sempre companhia. O Ruben. E se disse é porque queria mesmo estar convosco… Sois porreiras…

- Bem, vocês vão comer, ou nem por isso? – Acabei por perguntar.

- David, tomas o pequeno-almoço comigo?

- Sim, afinal é esse o vosso pagamento aqui ao técnico. – Disse ele.

- Exacto. Sabes que o David quer ser nosso amigo, mas depois cobra-nos a montagem… - acabei por dizer.

- Amigos… amigos, negócios á parte. – Disse a Leonor.

- Bem, eu vou mandar uma mensagem aos pais a dizer que já temos Net. – Disse saindo…

Redigi uma mensagem para os nossos pais e quando estava a premir o botão de enviar… a Leonor e o David invadem a sala…

- Maninha, o David tem um convite a fazer…

- Sim? – Disse olhando para ele.

- Eu queria saber se vocês não querem acompanhar-me a mim e ao Ruben a uma discoteca logo a noite.

- O Ruben sabe que estas a combinar isso connosco? – Perguntei.

Pois, se á coisa que odeie é que combinem coisas sem falar e combinar com todas as pessoas envolvidas...

- Não. Mas se vocês aceitarem eu ligo-lhe… Aceitam acompanhar-nos?

A Leonor olhou-me…

- Não sei. Não temos transporte. E acompanhar jogadores do Benfica a uma discoteca, ui é ficar rodeada de pessoas.

- Mas nós podemos dar-vos boleia. Na boa. E temos convites vip’s. O que significa que ficamos mais á vontade.

- Diz que sim… - disse a Leonor.

- Ai, queres ir, não é? – Perguntei ao que ela assentiu logo. – Liga ao Ruben. Se ele não se importar nos vamos.

- És a maior. – Disse a Leonor abraçando-me…

- Pois, a mais nova é a que tem de decidir tudo. – Disse soltando-me dela.

- Vou ligar então ao Ruben. – Disse o David.

Ele afastou-se um pouco…

- Calma, não vai ser nada de mais… - disse a Leonor.

- Não, achas?! – Disse e queria continuar, mas o David interrompeu-me…

- O Ruben está a convidar as meninas para almoçarem lá em casa dele. Aceitam?

Eu olhei para a Leonor.

- Se ele nos der a morada. – Respondeu logo.

Fuzilei-a com o olhar…

- Eu vos posso levar… Afinal já tinha combinado almoçar com ele…

- Ah? Então aquela história de ter de te dar o almoço era mentira…

- Deste o pequeno-almoço…

- Que parolo.

- Vão? – Perguntou por fim.

- Vamos… - acabei por responder… - Mas com uma condição…

- Qual? – Perguntou o David imediatamente.

A Leonor olhou-me…

- Tens de autografar a camisola que me deste. Doutra forma fico a almoçar cá em casa. – Disse.

Ele sorriu e confirmou ao Ruben que iriamos almoçar lá…

Desligou e virou-se para mim…

- Venha daí essa camisola para ser autografada…

Narração do David:

Depois de a ter encontrado no Colombo e de me ter oferecido para instalar a sua box, tomei o pequeno-almoço com a Leonor. Foi nesse pequeno-almoço que eu percebi que elas eram realmente diferentes… foi nesse momento que me lembrei que elas podiam ir connosco a discoteca logo a noite. Convidei a Leonor, pois a Joana tinha ido mandar uma mensagem aos pais… O que me enterneceu o coração. Afinal, elas também eram ligadas á família. Recordei os momentos em que falava com os meus pais quando estes estavam longe de mim. A Leonor aprovou a ideia, mas frisou que só aceitaria se a Joana também fosse, e informou-me logo que a probabilidade de ela ir não era muita. Lá tivemos de ir á sala falar com ela e depois de uma curta conversa ela aceitou. Mas percebi desde logo que só aceitou porque a Leonor insistiu. Liguei ao Ruben a avisar, Depois o Ruben sugeriu que almoçássemos todos juntos em casa deles, perguntei-lhes e mais uma vez a Leonor aprovou… e a Joana foi atrás aproveitando para só aceitar com uma condição, que depois de revelar que era que eu lhe autografa-se a camisola, não contive um sorriso…

- Mano, fica combinado. – Disse ao Ruben.

  - Á mesma hora de sempre. – Respondeu-me. – Aqui vos espero.

- Até já mano. – Respondi desligando.

Olhei para ela e aquele seu ar de que não estava a achar piada nenhuma a nada…

- Venha daí essa camisola para ser autografada… - proferi com um gozo…

- Vou buscar… - disse a Leonor saindo.

- Uma pergunta?

- Á vontade…

- Não queres almoçar connosco? – Disse indo directo ao assunto.

- Digamos… que, ainda não vos conheço. E não vale dizer que vos via jogar… Não vos conheço como pessoas. Desculpa. – Respondeu-me.

- Mas podias aproveitar para nos conheces como pessoas. Prometo que cê não se vai arrepender. – Disse abraçando-a.

- Vamos ver. – Respondeu-me.

E eu não hesitei em fazer-lhe algumas cocegas…

- David, para…  - dizia entre risos e mais risos…

Ela era sincera e acima de tudo não ligava ao meu estatuto… Era pura comigo, e por minutos fez-me pensar que era como as outras pessoas, um desconhecido á sociedade…

- Voltei. – Disse a Leonor surgindo…

A Joana ‘fugiu-me’ indo para a beira dela, pegou na camisola…

- Assinas? – Perguntou-me.

Naquele momento ela parecia uma simples fã, e fez-me voltar á realidade. Realidade essa, que tudo o que eu faça pode ser descoberto e falado na imprensa de forma distorcida.

- Claro. – Respondi.

A Leonor passou me o marcador preto, e eu assinei…

- Com um beijinho para a Princesa Joana. – Disse em voz alta…

Dei-lhe um beijo na face. E reparei que ela corou…

- Obrigada. – Disse olhando para a camisola embevecida.

- De nada. Agora vamos até casa do Ruben…  - disse pois eu sabia que ele queria conhece-las melhor.

Até eu as queria conhecer melhor, mas principalmente a Joana. Aquele seu ar angelical, tímido, e descartável, conquistou a minha atenção.

- Lá terá de ser. – Disse ela mostrando um pouco de tristeza.- Eu vou buscar a minha bolsa, já venho. – Disse desaparecendo na porta.

- Não vais buscar a tua? – Perguntei á Leonor.

- Vou. – Respondeu-me levantando-se… - já venho…

Pouco tempo depois estava desejando que elas não fossem daquelas que demoram horas a arranjar-se…

- Mulheres…. – Desabafei…

- Pois, demoramos sempre mais tempo do que o que vocês desejam. Mas não vivem sem nós. – Disse a Joana chegando. Acho eu que era a Joana.

- Pois isso também é verdade. – Confessei.

- A Leonor, foi lá dentro? – Perguntou-me, o que me fez sorrir… - Tas te a rir do quê?

- Desculpa, é que eu estava num confronto interno em tentar saber se eras a Joana, ou a Leonor, e tu dissipaste todas as dúvidas…

- Ah, ok.

- Bem, vamos? – Disse a Leonor chegando. 

- Sim. – Respondi…

A Joana seguiu para junto da Leonor, e eu reparei em cada pormenor da roupa, memorizando que a camisola da Joana era a cor-de-rosa, e a da Leonor a laranja. Assim já não me enganaria.

*Espero que gostem...

                    Manas BC*